quarta-feira, 30 de maio de 2007

O ambiente inovador da EaD como agente de mudanças e transformações das práticas pedagógicas

Valéria Ribeiro de Carvalho Tavares*


"Ensinar com as novas mídias será uma revolução, se mudarmos simultaneamente os paradigmas convencionais do ensino, que mantêm distantes professores e alunos." (Moran, 2001)

O desenvolvimento das tecnologias de informação e comunicação está diretamente atrelado a uma evolução que se iniciou por meio dos correios, passando aos programas de rádio e TV, vídeos, computadores e chegando até as sofisticadas transmissões e conferências via satélite, e a Educação a Distância tende a se apoiar cada vez mais em tecnologias emergentes que facilitam o seu acesso e aceitação. Diante desta evidência, verifica-se uma forte tendência da educação presencial integrada com a Educação a Distância, tendo esta como suporte a anterior ou vice-versa.

Mas adotar estratégias tecnológicas na EAD exige um repensar na relação professor-aluno e dos meios de comunicação e interação que poderão aproximar as pessoas, como também afastá-las. Algumas tendências acenam para que a EAD adote uma abordagem problematizadora, investigativa e reflexiva contrapondo-se à lógica de estímulo-resposta, ocasião em que o programa é que conduz o usuário. Conforme Belloni (2003), essas tendências sinalizam para alunos mais autônomos, maduros e sempre prontos a aprender, contudo, os ambientes devem prover as tecnologias e as facilidades para a implementação da interação, que visa viabilizar o processo de ensino-aprendizagem. É importante salientar, porém, que não é o ambiente em si próprio que determina a interatividade, mas os atores que fazem parte desse cenário, objetivando a construção do conhecimento, de forma colaborativa.

A aprendizagem colaborativa é um processo importante para o compartilhamento de um objetivo comum, e sua metodologia envolve a interação, que deve romper a lógica de ensino tradicional para uma prática mais inovadora, promovendo uma relação afetiva com o conhecimento, de forma reflexiva e mais autônoma.

Viabilizar na EAD o aprender a aprender, integrando o ser humano aos meios tecnológicos e sendo ele o condutor dos processos é fazer um confronto dialético voltado para a ação humanizada na reestruturação do processo de ensino-aprendizagem, integrado às tecnologias de informação e comunicação. O trabalho do professor se dá com os alunos e não sobre eles ou do professor consigo mesmo. Refletindo sobre esta perspectiva, Freire (2003) diz: "o ensinar inexiste sem aprender e vice-versa", e nessa dinâmica os educandos se modificam continuamente em sujeitos autores e construtores dos seus saberes. Por isso, "ensinar não é transferir conhecimentos, mas criar as possibilidades para sua produção ou a sua construção".

É notório que na Educação a Distância a interatividade entre professores e alunos é essencial, visto que sem essa interação o aprendizado pode ser realizado, mas a sua qualidade e valor significativo ficam comprometidos. Essas vantagens são relevantes na educação, proporcionando uma maior produtividade, rapidez e retorno imediato, com um custo-benefício favorável, tanto para os alunos, professores, como também para a instituição de ensino.

Diante disso, o ambiente inovador da EAD torna-se um agente de mudanças e transformações das práticas pedagógicas, onde o aluno é instrumentalizado para investir em sua formação, apropriando-se de conhecimentos, numa relação mais dialógica com os professores e alunos, formando uma rede colaborativa, em que os aspectos da interatividade são reforçados e a autonomia valorizada consideravelmente.

O desenvolvimento desses espaços flexíveis de ensino-aprendizagem é o grande desafio da educação e o presente artigo buscou enfocar tais aspectos, ressaltando a importância e o caráter inovador dessa modalidade de ensino como alternativa para uma educação de qualidade.


*Valéria Ribeiro de Carvalho Tavares - Pós-graduanda em Educação a Distância pela Universidade Católica de Brasília - UCB

val@uber.com.br

Um comentário:

Exercícios resolvidos do Caco disse...

Eu entendo o que você quer dizer, mas tem como dizer isso de uma forma mais simples? Fica difícil ler esse artigo assim e isso me demanda muito esforço pra vencer a vontade de fazer outra coisa. Compreende?