quarta-feira, 30 de maio de 2007

Métodos e Práticas para a Formação de Professores em Educação a Distância

Joni de Almeida Amorim*



No intuito de contribuir para a discussão em torno dos Métodos e Práticas de Educação a Distância, apresenta-se brevemente neste texto o curso de pós-graduação "Cidadania e Cultura", oficialmente intitulado "Curso de Especialização Lato Sensu para Professores do Ensino Médio na área de Ciências Humanas e suas Tecnologias". No curso citado, utilizou-se o ambiente TelEduc, um software livre desenvolvido pela Unicamp.

Trata-se de um curso semipresencial oferecido a professores de Escolas Públicas do Estado de São Paulo. O primeiro oferecimento do curso contou com cerca de quatrocentos alunos, os quais tiveram as aulas presenciais no pólo da Unicamp na cidade de São Paulo. Já o segundo oferecimento, o qual deve ter início ainda em 2006, contará com seiscentos alunos distribuídos em cinco pólos distintos: São Paulo, Campinas, Barretos, Bauru e Presidente Prudente. Na Universidade, as ações são coordenadas pelo Grupo Gestor de Projetos Educacionais.

Tendo como pano de fundo a constante preocupação com a qualidade em EaD (NEVES, 2003), o curso objetiva alcançar práticas e competências intelectuais e pedagógicas multidisciplinares e interdisciplinares tendo como eixo central o tema "Cidadania e Cultura".


O curso não previa aulas de informática básica ou mesmo de informática aplicada à educação como um dos módulos. Tal fato se deveu à expectativa de que todos os docentes matriculados fossem fluentes na utilização das tecnologias em geral e da Internet em particular. Tal expectativa, infelizmente, não se confirmou, conforme se explicita a seguir.

Durante o segundo semestre de 2005, notou-se o baixo acesso dos professores cursistas ao ambiente TelEduc. Tal fato fez com que se realizasse uma semana de aulas sobre EaD, com foco na utilização do ambiente TelEduc. Na referida semana, notou-se que boa parte dos professores cursistas não dominava a informática básica. Em resumo, a dificuldade de muitos não se relacionava à EaD, mas a algo ainda mais básico, o que de certo modo os impossibilitava de acessar o ambiente TelEduc com freqüência e de realizar as tarefas com produtividade.

Além da falta de fluência em utilização da tecnologia, a qual muitas vezes se denomina na literatura com o termo "analfabetismo tecnológico", somou-se um outro fator. Tal fator seria a dificuldade de acesso à Internet, o que caracterizaria a divisão ou exclusão digital.

Assim, com base na semana de aulas ocorrida, os docentes da Unicamp optaram por acrescentar mais duas outras oportunidades de "alfabetização tecnológica", oportunidades estas não previamente planejadas para este curso. Neste caso, foram agendados mais dois encontros presenciais para se elucidar não apenas dúvidas sobre os módulos e os Trabalhos de Conclusão de Curso, mas também sobre informática básica e sobre EaD, com foco nas competências fundamentais à utilização do ambiente TelEduc.

NEVES (2003) confirma que adaptações serão, eventualmente, necessárias ao se considerar as particularidades da organização e as necessidades sócio-culturais dos alunos. Desse modo, os docentes da Unicamp buscaram encontrar meios de suprir necessidades mais específicas dos professores cursistas.

Fomentou-se, desta forma, uma atitude pró-ativa relativamente à utilização de Tecnologias de Informação e Comunicação em Educação a Distância para a realização das atividades planejadas dentro dos prazos recomendados. Buscou-se, assim, um equilíbrio entre as demandas socialmente exigidas e as inovações que surgem do trabalho acadêmico.
*Joni de Almeida Amorim - doutorando (amorimja@yahoo.com)

Faculdade de Engenharia Elétrica e de Computação
Universidade Estadual de Campinas (http://www.unicamp.br/)

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