quinta-feira, 31 de maio de 2007

Seminário Grupo 2 - Internet na educação: reflexões iniciais

Componentes: Jean Magno, Eliane Regina, Fernando, Jeferson e Lourdes


Nesta exposição foi explicitada a internet como uma mídia de comunicação não linear cheia de possibilidades e uma dessas possibilidades estaria relacionado ao processo de ensino aprendizagem. Houve um breve histórico do inicio da utilização deste meio, que inicialmente possuía um objetivo militar, depois acadêmico e enfim comercial. Nas imposições dos colegas houve certo destaque as aplicações da internet:

– Correio eletrônico;
– Computação remota;
– Chats;
– Comunicação on-line;
– Portais de informação;
– Integração mundial da comunicação.

Outras formas de aplicação também foram expostas, além de algumas possibilidades como:

– Porta de acesso à era das comunicações;
– Conhecimento mais acessível;
– Educação diferenciada;
– Aprendizagem colaborativa.

Os membros da equipe ressaltaram que há a necessidade de uma organização horizontal da rede para ter sempre a comunicação estabelecida por várias rotas alternativas. Mostrou-se que no Brasil, infelizmente, há um grande número de pessoas que não tem acesso às tecnologias.
O uso dessas novas tecnologias para o desenvolvimento do processo ensino aprendizagem deve ser com prudência e cautela, para não ter uma tendência ao isolamento e destacam a possibilidade de produção colaborativa entre professores e alunos, pois é necessário que se humanize as máquinas, para servirem de suporte, e não de substituição, ao homem.
Nesse sentido, fala-se de uma “educação em crise”, onde a obsolescência das competências pessoais, a automação dos processos produtivos, as competências estratégicas da era da informação e as novas formas de organização do trabalho contribuem para as reflexões sobre os objetivos da escola nesse processo. A crise origina-se justamente do objetivo a ser seguido pela escola, porque há a seguinte questão:

A escola deve formar seus alunos para a cidadania ou apenas para o trabalho?

A NET possui muitas ferramentas e a educação, com seu auxilio, deve ser diferenciada para não se transformar em mais uma extensão das práticas conservadoras da sala de aula. Ela deve aumentar a motivação para o aprendizado devido as suas possibilidades de interação, novas linguagens e facilidade de obtenção de informações. Alertam sobre a dificuldade de transformar informação em conhecimento, sendo mais um desafio a ser enfrentado pelo professor, que passaria a ser um orientador para o conhecimento e não apenas um reprodutor de conhecimentos.

A equipe não deixou de evidenciar algumas limitações para o bom exercício deste processo como:

– O pouco acesso à internet;
– Sistemas de conexão;
– Domínio das tecnologias por todos;
– Crenças errôneas que será a solução de todos os problemas;
– Desvalorização do ensino a distância;
– Receio do novo, etc.

Texto 1 - Grupo 2 - Como utilizar a internet na educação

Resumo
MORAN enfatiza que com o acesso a internet, a distância hoje não é principalmente a geográfica, mas a econômica, a cultural, a ideológica e a tecnológica.
Hoje, com a internet, existe a dinâmica do constante contato entre educadores e educando. A comunicação permeia as relações entre professores e alunos, entre professores e professores, entre alunos e alunos, da mesma ou de outras cidades e países, entre pessoas conhecidas e desconhecidas, próximas e distantes, interagindo esporádica ou sistematicamente.
O autor ressalta que podemos integrar todas as mídias (tv, rádio, jornal, revistas, etc) para favorecer a educação (integração, difusão de conhecimento). O uso da internet nas aulas presenciais tem muitas possibilidades para projetos de extensão do trabalho educacional. Os resultados, segundo Moran, são mais positivos que negativos, desde que sejam bem orientados e desenvolvidos. O ensino presencial e a distância utilizando a internet aumenta a motivação dos alunos, o interesse pela pesquisa, por participar em grupos, há mais sensibilidade para uso das novas tecnologias de comunicação, ganha maior importância o ensino de outras línguas (inglês, espanhol, francês, italiano, etc.) e permitem aos alunos contatos pessoais, profissionais e de amizades por meio da rede. Porém, encontramos algumas dificuldades de continuidade dos projetos e, consequentemente, dos professores, principalmente da rede pública. Também alguns problemas de encontro entre informação e conhecimento, pois há uma extrema facilidade de dispersão dos alunos, perde-se muito tempo na rede causando impaciência em muitos alunos por terem que mudar de um endereço para outro, além de nem sempre ser fácil conciliar os diferentes tempos dos alunos, o que pode tornar a participação do professor desigual entre eles.
Alguns benefícios da INTERNET na sala de aula:
– As descobertas mais importantes são comunicadas aos colegas;
– Os resultados são socializados, discutidos e comparados.
– O professore deve estar junto com os alunos, dando dicas, tirando dúvidas, anotando descobertas.
Em síntese, ensinar utilizando a Internet exige uma forte dose de atenção do professor, pois é mais atraente navegar e descobrir coisas novas do que analisá-las, compará-las, separando o que é essencial do acidental, hierarquizando idéias, assinalando coincidências e divergências, e o professor deve estar atento a isso. O belo visual atrai mais que o visual simples o que pode levar a perder informações importantes.
O professor não impõe, mas sim acompanha, sugere, incentiva, questiona e aprende junto com o aluno.
Mais que a tecnologia, o que facilita o processo de ensino-aprendizagem é a capacidade de comunicação autêntica do professor, de estabelecer relações de confiança com os seus alunos, pelo equilíbrio, competência e simpatia com que atua. A busca começa com temas gerais, indo para os específicos. Deve-se ater a tendência inicial da busca na internet ser de dispersão, para contornar isso os objetivos do assunto devem ser bem definidos, mesclando pesquisa em endereços anteriormente definidos. A navegação precisa ser desenvolvida com bom senso, gosto estético e intuição
A chave do sucesso está em integrar a Internet com as outras tecnologias – vídeo, televisão, jornal, computador. Integrar o mais avançado com as técnologias já conhecidas, dentro de uma visão pedagógica nova, criativa e aberta.
O autor enfatiza que no início há, pelo aluno, o deslumbramento, depois domínio dos meios e por fim a identificação de problemas.
Interação bem sucedida aumenta a aprendizagem, desenvolve formas novas de comunicação e o interesse pelo estudo de línguas. O aluno aumenta as conexões lingüísticas, as geográficas e as interpessoais.
Para dar certo o uso da internet na educação a palavra-chave é integrar. Integrar em um contexto estrutural de mudança.

Texto 2: Educação à Distância na Internet: abordagens e contribuições dos ambientes digitais de aprendizagem.


Resumo:

Segundo Maria Elizabeth Bianconcini de Almeida,
Os avanços e a disseminação do uso das tecnologias de informação
e comunicação (TIC) descortinam novas perspectivas para
a educação a distância com suporte em ambientes digitais de
aprendizagem acessados via internet. Considerando-se que a
distância geográfica e o uso de múltiplas mídias são características
inerentes à educação a distância, mas não suficientes para
definirem a concepção educacional, discute-se a educação a
distância (EaD) não como uma solução paliativa para atender
alunos situados distantes geograficamente das instituições educacionais
nem apenas como a simples transposição de conteúdos
e métodos de ensino presencial para outros meios e com
suporte em distintas tecnologias. Os programas de EaD podem
ter o nível de diálogo priorizado ou não segundo a concepção
epistemológica, tecnologias de suporte e respectiva abordagem
pedagógica. Discutir as abordagens usuais
da educação a distância, destacando o uso das TIC para o desenvolvimento
de um processo educacional interativo que propicia
a produção de conhecimento individual e coletivos, em processos
colaborativos favorecidos pelo uso de ambientes digitais
e interativos de aprendizagem, os quais permitem romper com
as distâncias espaço-temporais e viabilizam a recursividade, múltiplas
interferências, conexões e trajetórias, não se restringindo
à disseminação de informações e tarefas inteiramente definidas.

Assim, pode-se usar uma tecnologia tanto na tentativa de simular à educação presencial com o uso de uma nova mídia como para criar novas possibilidades de aprendizagem por meio da exploração das características inerentes as tecnologias empregadas.
O advento das tecnologias de informação e comunicação (TIC) reavivou as práticas de EaD devido à flexibilidade do tempo, quebra de barreiras espaciais, emissão e recebimento instantâneo de materiais, permitindo realizar tanto as tradicionais formas mecanicistas de transmitir conteúdos, agora digitalizados e hipermediáticos, como explorar o potencial de interatividade das TIC e desenvolver atividades à distância com base na interação e na produção de conhecimento.
Inserir determinada tecnologia na EaD não constitui em si uma revolução metodológica, mas reconfigura o campo do possível.
A EaD é uma modalidade educacional cujo desenvolvimento relaciona-se com a administração do tempo pelo aluno, o desenvolvimento da autonomia para realizar as atividades indicadas no momento em que considere adequado. A par disso, o “estar junto virtual” indica o papel do professor como orientador do aluno que acompanha seu desenvolvimento no curso, provoca-o para faze-lo refletir, compreender os equívocos e depurar suas produções.
Ambientes digitais de aprendizagem são sistemas computacionais disponíveis na internet, destinados ao suporte de atividades mediadas pelas tecnologias de informação e comunicação. Os recursos dos ambientes digitais de aprendizagem são basicamente os mesmos existentes na internet ( correio, fórum, bate-papo, conferência, banco de recursos, etc...).
A fim de melhor compreender as diversas metodologias com as quais se desenvolve a educação à distância, é importante especificar o significado de alguns termos, frequentemente empregados com equivalentes são eles: Educação on-line, educação à distância e e-Learning, que são termos usuais da área mas não são congruentes entre si.
Educação on-line é uma modalidade de educação à distância realizada via internet, cuja comunicação ocorre de forma sincrônicas ou assincrônicas.
O e-Learning é uma modalidade de educação à distância com suporte na internet que se desenvolvem à partir de necessidades de empresas relacionadas com o treinamento de seus funcionários.
Em um mesmo curso à distância, conforme as características da atividade pode existir alternância entre focos, sendo possível lançar mão de diferentes meios e recursos.
EaD não é apenas uma solução paliativa para atender alunos situados distantes geograficamente das instituições educacionais nem trata da simples transposição de conteúdos e métodos de ensino presencial para outros meios telemáticos.
Com o uso de ambientes digitais de aprendizagem, redefine-se o papel do professor que finalmente pode compreender a importância de ser parceiro de seus alunos e escritor se suas idéias e propostas, aquele que navega junto com os alunos, apontando as possibilidades dos novos caminhos sem a preocupação de ter experimentado passar por eles algum dia.
Tendo em vista a necessidade de fluência tecnológica para participar dos cursos de EaD, alfabetização digital, bem como a inclusão digital vem a ser um importante pré-requisito mas não como único, precisam-se trabalhar também o desenvolvimento de outras competências tais como:
– A escrita;
– A capacidade de discutir;
– De se expressar livremente;
– Desenvolver produções individuais e coletivas.



Texto 3: Educação a distância na internet abordagens e contribuições dos ambientes digitais de aprendizagem


Segundo Almeida, os meios de comunicação (tv e rádio), aliados ao correio, ajudaram a dinamizar a Educação a distância, e a levar educação à aqueles que estão longe ou que não podem estudar nos meios presenciais. Entretanto a EaD ficou com a reputação de educação barata e de baixa qualidade. Dessa forma, usar as novas tecnologias, tanto para simular o ensino presencial como para desenvolver novas práticas de ensino aprendizagem é o que se tem proposto até o momento. A EaD tradicional (radio, tv e correio), tem auto índice de desistência, mas a necessidade de educação inicial e continuado do trabalhador para competir no mercado de trabalho ainda provoca muita demanda.
As TICs aliadas a EaD trazem novas possibilidades de interação, mas não deve ser vista apenas como forma de trazer o mesmo ambiente de aprendizagem presencial para o virtual. Elas permitem a administração do tempo pelo aluno, autonomia, dialogo do aluno com pares e grupos para troca de informação e um ambiente colaborativo. O professor deve ser um orientador do aluno que acompanha seu desenvolvimento no curso, provoca-o para fazê-lo refletir, compreender os equívocos e depurar suas produções.
Ambientes digitais de aprendizagem permitem integrar múltiplas mídias, linguagens e recursos, apresentar informações de maneira organizada, desenvolver interações entre pessoas e objetos de conhecimento, elaborar e socializar produções. São sistemas computacionais disponíveis na internet, (correio, fórum, bate-papo, conferência, banco de recursos, etc.) utilizando diferentes mídias (textos, imagens, vídeos, hipertextos).
Educação on-line, educação a distância e e-Learning são termos usuais da área, porém não são congruentes entre si. Educação on-line é uma forma de comunicação via internet realizada, ao mesmo tempo ou não, que pode ser um a um (e-mail); um para muitos (fóruns) e muitos para muitos (construção colaborativa –Astor). O e-learning, inicialmente utilizada mais em ambientes corporativos para treinamento de conteúdo específico cujas práticas estão centradas na seleção, organização e disponibilização de recursos didáticos hipermediáticos, caracterizado por manter um ambiente com informações que levam ao aprendizado individual e auto-aprendizado.
Com suporte em ambientes digitais de aprendizagem, começa a incorporar praticas de interação e colaboração nos quais cada pessoa busca as informações que lhe são mais pertinentes, internaliza-as, apropria-se delas e as transforma em uma nova representação, ao mesmo tempo em que se transforma e volta a agir no grupo transformado e transformando o grupo. Neste processo o professor se torna parceiro do aluno.
Na ecologia da informação o foco não é a tecnologia, mas a atividade em realização, caracterizada pela diversidade, inter-relação entre razão e emoção, evolução contínua da experiência com o uso de múltiplas e diversas tecnologias incorporadas aos recursos digitais, induzindo o surgimento de outra lógica e de novas percepções de temporalidade e localidade. A quebra espaço tempo permite recuperar informações a qualquer momento para rever, analisar e reconstruir.
A incorporação das TICs na EaD evidenciou a possibilidade de transformar a avaliação em um processo que permite compreender o desenvolvimento do aluno e simultaneamente analisar a atividade em realização de modo a identificar avanços e dificuldades a fim de redirecionar ações. Diante da disponibilidade de acesso aos registros das interações e produções, o próprio aluno teve a oportunidade de realizar a auto-regulação da sua aprendizagem. O que se pretende em educação é uma interação que permita ao aprendiz representar as próprias idéias e participar de um processo construtivo.
Integração de diferentes tecnologias em educação à distância pode contribuir para a busca de novos paradigmas educacionais no sentido de deslocar-se da concepção “de educação como sistema fechado, voltado para a transmissão e transferência, para um sistema aberto, implicando processos transformadores que decorrem da experiência de cada um dos sujeitos da ação educativa.
Participar em cursos em ambientes digitais e colaborativos permite entrar num mundo em que a comunicação se dá pela leitura e escrita, mudamos da tradição oral para a escrita (interpretação e produção de textos), tornar-se receptor e emissor de informações, leitor, escritor e comunicador.
O uso das TIC na EaD poderá levar à tomada de consciência sobre a importância da participação de professores e tutores em todas as etapas da formação, a qual implica compreender o processo do ponto de vista educacional, tecnológico e comunicacional, mas seu uso necessita de um conhecimento da tecnologias e o acesso a essas tecnologias e no Brasil ainda não é para todos. Fica assim explicita a intrínseca conexão entre EaD, alfabetização e inclusão digital.

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