Mesa-redonda levanta questionamentos a respeito do projeto
Publicado em 11/04/2006 - 09:40 - www.folha.com.br
O projeto da UAB (Universidade Aberta do Brasil) foi tema de uma mesa-redonda no segundo dia de debates do 4º Seminário Nacional de EAD, promovido pela ABED (Associação Brasileira de Educação a Distância), em Brasília. O painel, que contou com a presença dos representantes da UCBB (Universidade Corporativa do Banco do Brasil), Antônio Augusto Santos Soares e Pedro Paulo Carbone, da Secretaria Especial de Educação a Distância do Ministério de Educação, Hélio Chaves, da ABMES (Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior), Gabriel Mário Rodrigues, e ainda da Universidade de Brasília, Timothy Mulholland, esclareceu o que é a UAB, em que estágio está o projeto, e levantou algumas questões ainda em aberto.
A UAB será um sistema que vai integrar universidades públicas federais e estaduais, que vão fornecer pólos - 16 por estado - com a infra-estrutura necessária para atender 500 alunos por estado. Os pólos funcionarão como um braço operacional da universidade, com salas de coordenação, computadores, e uma equipe de tutores. Haverá um tutor para cada 25 alunos.
No dia 17 de abril já começam as inscrições para o processo seletivo de alunos e, no segundo semestre, os professores começarão a ser capacitados para serem tutores, por meio de cursos preparatórios. A seleção será feita por meio de prova com característica de vestibular.
O MEC, em parceria com empresas estatais, de economia mista, autarquias públicas, municipais, estaduais e federais são os patrocinadores do projeto. Por ano, o custo por aluno é de R$ 1.800, e o material didático impresso vai custar R$ 250, mas este o estudante terá que pagar do próprio bolso. As aulas devem começar no início de 2007.
As repercussões da UAB ainda são incertas, mas a aposta é que o projeto ajude na democratização do Ensino Superior. Durante a mesa-redonda, no entanto, foram levantadas algumas dúvidas sobre o impacto da UAB: será que já não existe um número suficiente de vagas nas universidades e em cursos de EAD? O problema realmente está nas vagas? Ou está na falta de preparo do aluno para entrar numa universidade? E por que democratizar só por meio da educação a distância? Será que a UAB não vai aumentar o número de vagas ociosas que já existem? E por que excluir a iniciativa privada deste projeto? Afinal, há muitas instituições com boa experiência nessa área e que poderiam contribuir positivamente. Estão claros os critérios para credenciamento das instituições na UAB? E por que a UAB foca na graduação? Por que não na especialização? E quem será o público interessado em participar do processo seletivo? Quem realmente precisa dessas vagas?
Tais questões ficaram sem resposta. Estão aí para a comunidade acadêmica debater. Dê a sua opinião no nosso fórum.
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