quarta-feira, 30 de maio de 2007

A Educação a Distância (EaD) como estratégia de sustentação do processo de Inclusão Digital

Leandro Duarte Pinto*

Em face da realidade de exclusão em que vivemos - basta olharmos pela janela para identificarmos o tamanho desta exclusão e suas diversas naturezas - entendo que qualquer projeto, no nível do indivíduo ou da organização, deve contemplar em seu desenho um elemento de inclusão, de qualquer ordem.

Tais projetos serão realmente transformadores se tiverem na base de sua proposta a educação. A educação é, ou deve ser sempre, a dimensão promotora de inclusão.

Neste sentido, é importante ressaltar que a EaD, apesar de sua especificidade, não constitui um campo teórico isolado da Educação. São as concepções e os princípios educacionais mais gerais que embasam as práticas de EaD.

É fundamental compreender que os desafios da EaD, e das próprias Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC), são congruentes com os desafios do sistema educacional em sua totalidade, cuja reflexão implica em analisar que educação se pretende realizar, para quem se dirige, com quem será desenvolvida, com o uso de quais tecnologias e quais serão as abordagens mais adequadas para acelerar o processo de inclusão social da população brasileira.

É também relevante destacar que as TIC se convertem em tecnologias educativas na medida em que são utilizadas como estratégias de ensino-aprendizagem, e não como meros recursos de demonstração.

É preciso que as TIC sejam revestidas de métodos educacionais que garantam ao modelo uma característica inerente à educação: o livre pensar crítico. O acesso as TIC é apenas uma das faces da inclusão.

Os projetos de Inclusão Digital devem se afastar dos modelos "instrucionais", que instrumentalizam para a tarefa, e se aproximar de uma dimensão mais ampla, que é a educação, ou seja, romper com a pedagogia de transferência e de reprodução do conhecimento, integrando-se à pedagogia/andragogia crítica.

As discussões em torno das novas TIC e projetos na modalidade de educação a distância, podem oferecer uma resposta ágil para reduzir os índices de exclusão social, e, enxergo, estão produzindo a consciência de que estamos frente a uma nova oportunidade de dar um salto qualitativo.

*Leandro Duarte Pinto é mestre em administração e professor universitário (leandro1@svn.com.br)

Nenhum comentário: