quinta-feira, 31 de maio de 2007

Educação a Distancia no Brasil: O que está acontecendo nas empresas e escolas.

Marcos Formiga*

* Marcos Formiga é Vice Presidente da ABED e Professor da Universidade de Brasília.


Dentre as grandes transformações registradas no final do Século XX, e fortemente presente na virada do milênio, está o processo de globalização econômica. O Brasil, como uma das dez maiores economias do mundo, não poderia, como de fato ocorreu, ficar imune a este processo. Inclusive, a continuidade de uma nação economicamente forte exigirá cada vez mais abertura comercial, flexibilidade gerencial e receptividade às inovações.



Atualmente, com a força da globalização, e mais ainda da forte concorrência e acirrada competição, as empresas, independentemente do seu porte, precisam desenvolver competências, habilidades e atitudes relacionadas às suas estratégias de negócios, ao tempo em que, o conhecimento e o seu domínio por toda a organização, passa a ser o fator fundamental ao negócio. É a revalorização do capital humano como fator de produção, tratado agora como um conceito mais abrangente de capital intelectual da empresa.



Compreendendo o capital intelectual como a soma do conhecimento de todas as pessoas que compõem uma empresa, as pessoas passam a constituir seu ativo mais importante, e a gerência do ativo intelectual tornou-se, atualmente, a tarefa mais importante da produção.



Não basta valorizar a economia do conhecimento, mas sim, saber o que fazer com ela. Esta é a resposta esperada pelos gerentes, investidores e clientes. É o empoderamento de toda a cadeia de valor agregada à atividade da empresa ou do empreendimento.



Hoje, no limiar do Século XXI, na sociedade pós-industrial, a diversidade na tipologia das empresas é crescente. Aqui, o foco é a empresa voltada para a aprendizagem. Este tipo de empresa precisa aprender a gerenciar o conhecimento. Paralelamente ocorre também, mesmo com menor intensidade, a globalização da educação via Educação Aberta e a Distância, potencializada pela Internet e pela revolução dos meios de comunicação fartamente utilizados, constituindo-se no fenômeno mundialmente conhecido por "knowledge midia".



O panorama resultante faz do conhecimento o fator mais importante da produção. É a evolução material da atividade econômica, que no final do Século XIX era medida pela utilização de matérias-primas, quanto carvão se extraía, quanto aço se produzia (era a chamada época do poder muscular). Em meados do Século XX, a força da economia foi medida pelo consumo de energia, (quilowatts/hora, gasolina consumida, quilômetros percorridos, etc.) - a época do poder das máquinas. Hoje, vivemos o período do poder do cérebro, onde é preciso medir o conhecimento empregado no trabalho que executamos. Agregar valor à atividade intelectual ou no processo produtivo de um bem ou serviço, é intensificar o domínio do saber. Bens e Serviços precisam embutir mais e mais conhecimento.



A globalização da economia tem vantagens e desvantagens, perigos e ameaças. Compete aos gestores, executivos e legisladores, maximizar suas potencialidades e vantagens, e minimizar as suas desvantagens e ameaças.



Raciocínio análogo pode ser constatado nos países líderes mundiais em EAD (Inglaterra, Canadá, Austrália, Escandinávia, USA, etc). A globalização da educação traz como conseqüência uma série de eventos marcantes na área da aprendizagem. São inicialmente as Universidades Abertas, em seguida as Mega-Universidades (com mais de 100 mil alunos que utilizam EAD). Depois, são as Universidades Virtuais, os Portais Educativos, as Universidades Corporativas no âmbito das grandes empresas (no caso brasileiro já são quase uma centena) e a universalização do sistema dual (misto de sistema presencial e sistema virtual posto à disposição, à livre escolha do aluno-aprendiz).



Felizmente, a menor intensidade da Globalização Educacional tem a ver com os insubstituíveis valores e tradições culturais de cada país e de cada povo que se orgulha em preservar e defender, contra todas as tendências de homogeneização e pasteurização vindas dos países dominantes e detentores de técnicas e meios sofisticados de comunicação eletrônica. Ademais, além da indispensável auto-defesa de valores culturais pelos países, a Educação e Aprendizagem Globalizadas não dispõem dos dois mediadores de sucesso com que conta a globalização econômica: o primeiro é a moeda americana - o Dólar - cujo país tenta utilizar sua posição de hegemonia econômica como moeda em todas negociações internacionais. A propósito, o fortalecimento, em boa hora do Euro - moeda da União Européia - já parece se constituir em um fator de enfrentamento financeiro ao domínio do Dólar americano. O segundo instrumento facilitador da globalização econômica tem sido o idioma inglês, que vem se tornando em idioma de uso quase universal. No que diz respeito à globalização da aprendizagem, sem nenhuma dúvida, o inglês instrumental continuará sendo cada vez mais utilizado como facilitador idiomático. Nunca é demais relembrar a defesa dos valores culturais têm no idioma pátrio o seu próprio símbolo ("língua é poder") daí a justa exigência de disponibilizar os conteúdos no idioma pátrio de cada nação.



No caso brasileiro, a globalização e o processo de modernização iniciado pelo Estado caminharam juntos. Tiveram a vantagem de nos colocar mais perto da realidade nacional, rompendo o provincianismo e a tendência à autarquia de uma economia diversificada em um País rico em recursos naturais e propenso a produzir tudo. Além das vantagens comparativas necessárias ao funcionamento das economias nacionais, temos de levar em conta com maior atenção as vantagens competitivas.



Dentre as muitas influências benéficas da globalização ditada pela força da competição, ela nos trouxe o contato com métodos de gestão e administração de viés anglo-saxônico, substituindo o ultrapassado sistema burocrático e legalista de influência latino-ibérico. Além de uma nova ética empresarial, onde o modelo escandinavo de honestidade obsessivo, quase blindado anti-corrupção, está fazendo escola mundialmente, e chega aos trópicos meridionais como ventos de renovação para ficar. Que venham as boas práticas e influências benéficas!



A globalização trouxe também, a idéia da eficiência como novo paradigma da gestão econômica. Nada se faz, sem antes se realizar estudos que comprovem a viabilidade do negócio ou do empreendimento. Este novo paradigma será muito útil ao nosso País, e sua luta de combate à pobreza está descobrindo que é mais importante do que apontar as causas da pobreza e descobrir a forma de combatê-la.



Neste mundo globalizado e da Era do Conhecimento, onde o trabalho passa por mudanças estruturais e o mundo do emprego é cada vez mais complexo e diminuto, vivemos tempos em que é impossível "tirar férias do conhecimento". Estamos sempre estudando, aprendendo mais e inovando os nossos conhecimentos. A revolução técnico-científica fez com que o domínio de uma profissão seja renovado em intervalos de tempo cada vez menores. Já não é possível formar um profissional para a vida inteira. Hoje, é comum, ao longo da vida útil profissional, mudar de emprego e de profissão em média a cada década. Certamente os novos profissionais de todas as áreas de conhecimento têm consciência desta dinâmica profissional e da necessidade de permanecer em um sistema de aprendizagem continuada ao longo da vida.



A geração nascida nos anos oitenta em diante, é contemporânea do micro computador pessoal. Esta geração, ao nascer, já encontra um País que dispunha de um grande parque industrial instalado e conectado por redes de comunicação e satélite. Crescem em uma sociedade dual, cheia de altos e baixos, de ricos e pobres; mas todos conhecedores plenos das benesses da tecnologia moderna: vídeo game, telefone celular, cartão eletrônico, vídeo cassete, DVD, e está chegando a TV interativa. São os filhos da civilização multimídia, e convivem com texto, som e imagem de forma amistosa, com a revolução nos hábitos e costumes. Da Galáxia do Gutemberg à "Aldeia Global".



Agora, além das facilidades trazidas pela evolução tecnológica, acirrando o prejudicial consumismo dos jovens, ela é portadora de uma enorme potencialidade de usar o computador e dispor da Internet como uma biblioteca-escola, que permite a autonomia de se aprender sozinho, e facilita a inclusão social dos menos favorecidos pela democratização e acesso aos meios de comunicação.



No entanto, mesmo com todas as vantagens inerentes à evolução tecnológica, nenhuma vantagem substitui o talento de lidar com as pessoas, conviver próximo ou remotamente com outra gente. Os mestres da administração já comprovaram que a capacidade de lidar com gente pode fazer a diferença no ambiente empresarial. A automação dos escritórios e dos ambientes de trabalho em geral, podem ser desumanizados pelos excessos e exageros das técnicas. É preciso re-humanizar o trabalho, e para isto, a melhoria dos processos de gestão depende só de cada um de per si. Está nas mãos e principalmente nas mentes, a condução de achar a sintonia fina do relacionamento entre colegas de trabalho, colegas de aprendizagem, coordenadores e coordenados. Avaliar o contexto e assumir a tarefa de administrar a sua própria carreira, sem confrontos, apostando na evolução das relações interpessoais. Marcar posição é sinônimo de personalidade e maturidade profissional. Este protagonismo registrado no ambiente de trabalho carece urgentemente de chegar a todas as escolas, em todos os níveis.



Dentre as diversas experiências praticadas em empresas, o exemplo internacional em EAD que vem do INSEAD da França é paradigmático. Há um compromisso expresso para que não haja dominância de nenhuma cultura específica. Trata-se de uma visão positiva da globalização empresarial que ensina e aprende com as melhores práticas registradas nos diversos países. Os alunos, professores e funcionários, respeitam o princípio da "não dominante cultura" (ver Revista Indústria Brasileira, CNI, Ano 2, Nº 23, out/2002). A revista "Fortune International" afirmou que trata-se da "escola que virtualmente inventou o conceito de educação executiva internacional".



Há pouco, dentro da 55a Reunião Anual da SBPC (2003), em Recife, um simpósio sobre as relações entre universidades acadêmicas e universidades corporativas, chegou-se à conclusão que uma boa universidade corporativa sempre tem o suporte de uma boa universidade acadêmica. Registra-se dentre as quase cem universidades corporativas em pleno funcionamento no Brasil, um número significativo ligados ao setor público (Caixa, Banco do Brasil, Petrobrás, Previdência Social, Eletronorte, Correios, etc.). É curioso registrar que este interessante fenômeno de aprendizagem moderna e flexível acontece à margem das autoridades educacionais. A não regulamentação, ou nenhuma importância dada pelas empresas às discussões bizantinas dos legisladores educacionais, pode ser um indício do bem sucedido empreendimento.





O CENÁRIO INICIAL DA EAD SOB NOVA ADMINISTRAÇÃO BRASILEIRA



O ano que passou encerrou com mais uma legislação expedida que em vez de estimular, pelo contrário, coíbe a prática da EAD na educação básica. A intenção sempre parece a melhor possível, mas o resultado quase sempre inibe as iniciativas e retarda, cada vez mais, a disseminação dos meios e processos de democratização do conhecimento, impedindo aqueles que buscam aumentar sua escolaridade, e, quase sempre interrompidos por limitação financeira, necessitam ainda de uma segunda chance.



Isto é feito, oficialmente, como forma de defender o interesse do educando. A legítima preocupação com a qualidade nem sempre encontrada na educação presencial, leva ao temor dos legisladores de se replicar - com intensidade - na Educação à Distância.



O equívoco está focado na maneira de se ver a EAD como uma modalidade de ensino-aprendizagem, onde a ênfase no ensino, prevalece sobremaneira, ao processo de aprendizagem. Isto hoje é história, ou melhor, é pré-história da EAD. Falar em Educação à Distância hoje não passa de uma metáfora. O conceito de distância deve ser relativizado. Trata-se de educação flexível. A distância pode ser o colega da carteira escolar ao lado, na sala vizinha, ou o colega interconectado, seja no Alasca, seja no interior do Mato Grosso, ou nas barrancas do São Francisco.



Raciocinando com a terminologia utilizada por Manuel Castells, e aplicada ao caso brasileiro, o mundo real das empresas (no sentido de trabalhar de forma tangível), convive construtiva e pró-ativamente com o mundo virtual (no sentido intangível) amplamente disseminado na educação corporativa. Já o mundo intangível da educação escolar, por excesso de zelo e "furor legisferante", não conseguiu ainda, na atual conjuntura educacional brasileira, utilizar com intensidade e efetividade os benefícios oferecidos pelos modernos meios de comunicação postos à disposição do conhecimento.



O Brasil paga o duplo preço da exclusão digital na sua escola básica. A carência epidêmica das instalações das escolas públicas, acrescidas ainda da inatingível qualidade do que se ensina e se aprende, não conseguiu ainda agregar os benefícios dos meios aos resultados dos fins. O problema também é financeiro, mas este não é o fundamental.



É voz corrente entre os dirigentes públicos da educação nacional, afirmar que o excesso de legislação vigente esteriliza e torna improdutivo o sistema educacional brasileiro como um todo. A Educação a Distância praticada no Brasil desde nos anos trinta do século passado, somente na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, de 1996, aparece explicitamente como modalidade de aprendizagem. Em EAD também se constata os empecilhos da legislação federal, mimeticamente bisada por alguns Estados da Federação. O Censo Brasileiro de Ensino Superior de 2002 (Unisul-UNESCO) é ilustrativo e constata a modéstia dos números: 84.713 alunos. Paradoxalmente, a Internet não entrou no quotidiano da educação superior brasileira. Longe a idéia de um "laissez-faire". Advoga-se critérios gerais e mínimos para o bom funcionamento do sistema de oferta de EAD, exatamente o contrário da tendência centralista em vigor.



A percepção de ordem geral, sem nenhuma intenção de julgá-los, verifica-se uma defasagem temporal na terminologia utilizada, na legislação em vigor, desconhecendo a linguagem usual da EAD. Revela-se a falta de intimidade com os termos técnicos. Não se defende aqui um dialeto a ser falado entre especialistas, até porque em EAD, combate-se a tendência da civilização industrial em favor da especialização, ou o que é mais grave, da super-especialização. No entanto, não é possível legislar sem uma sintonia fina com o que está acontecendo em Educação a Distância aqui e alhures. Por ser uma atividade fortemente influenciada pela dinâmica tecnológica, requer dos seus profissionais, docentes e usuários, uma atualização constante. Daí a necessidade dos legisladores atuais e futuros de ouvir e se aconselhar com aqueles que estão em estado permanente de alerta, tal qual um observatório que registra as mudanças constantes no cenário nacional e internacional da EAD. Se não há domínio da terminologia atual, como legislar para o futuro com informações já ultrapassadas? Sem falar na tendência atávica dos legisladores, regidos por princípios de ortodoxia legal e presos a legislações ultrapassadas. Em educação, de um modo geral, e com mais propriedade em EAD, a necessidade se revela pela busca de atitudes consensuais, em prol de uma legislação consuentudinária. Exemplo bem sucedido dos países em que a Educação é solução para os problemas do povo e não mais um problema insolúvel e crônico dos seus cidadãos.



Não é propósito deste artigo analisar a gênese dos legisladores, quer sejam eleitos pelo voto direto, quer sejam escolhidos pelos seus méritos ou pelas corporações. Qualquer que seja o caso, é necessário sapiência e humildade para ouvir os profissionais familiarizados com a metodologia, com a prática e com a avaliação dos resultados da Educação a Distância.



O Ministério da Educação tem em seu comando um titular que acredita e faz Educação a Distância por onde passa, em sua experiente vida de gestor público. Mesmo assim, ao observar o recente esforço do Ministério e da sua Secretaria voltada para o tema, ainda não foi possível imprimir, diga-se de passagem, que é muito cedo para uma avaliação, daí o crédito de confiança - uma mudança que tem muito a ver com as crenças e tradições daqueles que trabalham no setor e principalmente, daqueles que fazem as leis que regulam o processo educacional.



Neste particular, a Diretoria da ABED tem sido pródiga em procurar e oferecer aos diferentes governos os seus préstimos a favor de um assessoramento qualitativo, gratuito e voluntário. A ABED, como missão de uma sociedade científica e comprometida apenas com a qualidade e a seriedade em EAD, continua disposta a colaborar na construção de um arcabouço legal mínimo, factível e estimulante para a EAD no Brasil. No momento, a ABED, juntamente com outros interlocutores, por solicitação do SEED, analisa uma iniciativa de simplificar a impeditiva legislação atual.



O sucesso da EAD nas empresas brasileiras, as credenciam para ministrar lições às nossas escolas.




Publicada em: 22/09/2003 às 16:45 pela Revista Brasilira de Aprendizagem aberta e a Distância.

Educação a Distância: em que ponto estamos?

Encontro de especialistas levanta os principais desafios da EAD no Brasil

Lorenzo Aldé
30/10/2003

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Quem não se lembra dos anúncios do Instituto Universal Brasileiro (IUB), que vinham encartados nas revistas, oferecendo cursos por correspondência em várias áreas? Mecânica, eletrônica, corte e costura, contabilidade, fotografia... era curso que não acabava mais. E o Projeto Minerva? Era só deixar o rádio ligado depois da Voz do Brasil que se ouvia a transmissão de cursos a distância para a formação no nível básico de ensino, um projeto do governo militar que também contava com apostilas impressas.

Assim funcionava a Educação a Distância (EAD) no Brasil até a década de 70: via correspondência e rádio. Hoje, pouco mais de 30 anos depois, o Instituto Universal Brasileiro já oferece cursos on-line! Bom exemplo de como as coisas evoluíram.

Uma breve retrospectiva: de 1970 até hoje, a TV se disseminou — e com ela os telecursos —, o videocassete surgiu — multiplicando o acesso aos conteúdos —, depois o fax, e, finalmente, há pouquíssimo tempo, o computador e a Internet se consolidaram como meios educativos. Na história da EAD, ao contrário de outras áreas, cada nova tecnologia não descarta as anteriores, pelo contrário: os diversos recursos se complementam. O rádio continua sendo o principal meio de comunicação em regiões de difícil deslocamento. O telefone aproxima alunos e professores, facilitando a solução de dúvidas que não podem esperar. E ainda não inventaram nada mais concreto e permanente que o material impresso, que pode ser levado para qualquer lugar, não depende de eletricidade nem linha telefônica. Tudo isso ao lado das mais modernas invenções de interatividade que a tecnologia digital propicia: e-mail, fórum, chat, teleconferência etc. Desse enorme leque de possibilidades surge a pedagogia da EAD atual, às voltas com novos desafios:

- Como consolidar modelos de EAD compatíveis com a realidade e as necessidades nacionais, e que possam alcançar o amplo público que demanda educação gratuita e de qualidade?
- Como enfrentar a situação de carência socioeconômica dos alunos, habilitando-os para acessar os recursos mais eficazes de aprendizagem?
- Como auxiliar os educadores a desenvolver estratégias pedagógicas mediadas pelas novas tecnologias?
- Que características devem ter os materiais pedagógicos, valendo-se das especificidades das novas mídias? Quais os formatos mais adequados para cada situação?
- Até que ponto podemos ser flexíveis, dando autonomia aos alunos sem perder o controle do processo?
- Como recuperar o tempo perdido para consolidar a EAD como uma modalidade de ensino público viável, eficiente e democrática?

Em que ponto estamos, afinal? Um bom panorama do que atualmente mobiliza a EAD no Brasil foi apresentado em seminário promovido pelo jornal O Globo, em parceria com o MEC, no dia 23 de outubro último.


Governo diz que EAD é prioridade

O Brasil tem hoje 54.757 alunos fazendo curso superior na modalidade a distância. Para saber se isto é muito ou pouco, basta tomar como parâmetro a maior universidade a distância do mundo: na Índia, a Indira Gandhi National Open University, tem 1,5 milhão de alunos!

Deve-se considerar, também, que esses 54.757 alunos dividem-se em 24 cursos, mas a grande maioria (44.174 alunos) faz Pedagogia. Ou seja, em EAD, o Brasil está muito atrasado. Destaca-se, nesse cenário, o Consórcio CEDERJ (Centro de Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro), projeto pioneiro em cursos de graduação a distância de universidades públicas. Lançado em 1999, hoje oferece quatro cursos de graduação (Matemática, Biologia, Física e Pedagogia para as séries iniciais) em diversos pólos no interior do Estado. A experiência do CEDERJ vem sendo atentamente observada, pelo seu ineditismo, para inspirar a construção de propostas nacionais de EAD pública no nível superior, uma das prioridade do Governo Federal, segundo João Carlos Teatini, secretário de Educação a Distância do MEC.

Teatini afirmou que o propósito do ministro Cristóvam Buarque é "fazer uma escola do tamanho do Brasil". E sem investimento em Educação a Distância, completou o próprio Teatini, isso seria impossível. O plano do MEC é constituir uma fundação ou autarquia federal especialmente voltada à promoção da EAD de nível superior. Teatini ressaltou ainda, como ações estratégicas, a colaboração entre regiões, via consórcios regionais de universidades. Como exemplo, o secretário citou os materiais de Matemática do CEDERJ, que vêm sendo utilizados em cursos das Universidades Federais do Pará e do Ceará. Para 2004, o MEC promete oferecer um curso nacional de tutoria, com o objetivo de formar 5 mil tutores em EAD. O secretário defendeu como modelo a seguir seguido a Educação Combinada, com atividades presenciais e a distância. Este parece ser um consenso entre os educadores: dispor dos diversos meios e recursos para facilitar o acesso dos alunos ao conhecimento. A questão é: como fazê-lo?

Um dos principais obstáculos é a exclusão tecnológica da população brasileira, que atinge não apenas os alunos mas também os professores. Por isso, além da graduação a distância, é preciso investir na formação permanente de educadores para a utilização das Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) em sala de aula.

Mesmo considerando a desigualdade social brasileira, que retarda ainda mais esse processo, é bom ressalvar que quando se trata de novas tecnologias, parece que o mundo inteiro está aprendendo. Mesmo nos Estados Unidos, onde nasceu a Internet, a EAD com recursos pedagógicos on-line se expande ainda lentamente. São tecnologias muito recentes, que não existiam em quase lugar nenhum até 10 anos atrás, e apenas há uns 5 anos vêm influenciando mais fortemente a educação e diversas áreas da comunicação. O desafio consiste, portanto, em pensar novas metodologias educativas, que aproveitem a fantástica potencialidade da Internet em termos de interatividade, acesso aos conteúdos e autonomia dos alunos, e que propiciem a formação dos alunos e professores para utilizarem as TICs em suas práticas pedagógicas. Isso implica em conquistar novos formatos para compartilhar e construir conteúdos. Não basta transpor o conteúdo de apostilas e livros impressos para a Internet. O conteúdo deve ser concebido já levando em conta as especificidades da mídia: menos texto, maior interatividade, possibilidade de exploração não-linear dos conteúdos, mais imagens, fotos, vídeo, oportunidades de trabalho conjunto entre os alunos, a abertura de um novo universo de pesquisa etc.

Em resumo: os pressupostos para o início de uma formação a distância não se restringem mais a uma formação básica no conteúdo a ser abordado, referem-se também ao domínio das TICs. Uma vez que a pedagogia a distância ancora-se em recursos e interações mediados pelas TICs, o aluno só poderá efetivar sua formação a contento se estiver familiarizado com os recursos tecnológicos.

Esbarramos, então, na escassez de recursos da educação nacional, em todos os seus níveis. No encontro promovido pelo jornal O Globo, o diretor do Programa Nacional de Informática na Educação (Pro-Info), do MEC, Américo Bernardes, comentou a situação atual das escolas brasileiras em relação ao acesso às tecnologias, lançando uma questão que toca na ferida: "Como se inaugura o futuro no país do passado?". A exclusão social, a desigualdade de renda e a diversidade cultural e mesmo geográfica do Brasil dificultam os planos de quem pretende transformar os paradigmas do ensino. É preciso criar novos cidadão, incentivar a criatividade e a inovação. Alguma dúvida de que só a Educação pode mudar o Brasil? (frase surrada, eu sei, mas fazer o quê?)

Nas escolas públicas brasileiras, há em média 120 alunos por computador. O ideal, segundo Américo, seria que cada 50 alunos tivessem acesso a um computador, o que garantiria ao menos duas horas semanais, por alunos, para usar o equipamento. Conquistar essa proporção custaria 3 bilhões de reais. Em época de "contingenciamento de recursos", parece um sonho distante. Mas o problema não é só quantidade. A maioria das escolas tem apenas um computador, e ele é usado para serviços administrativos, e não como ferramenta pedagógica. Não basta distribuir equipamentos, lembra Américo, é preciso inserir as TICs na práxis da escola, mudando o paradigma educacional. O que mais se vê por aí, segundo relatou o diretor do Pro-Info, são professores adaptando a tecnologia à rotina da escola, e não o contrário. Os computadores são recebidos sem que se inove a prática pedagógica. Por isso o Pro-Info cobra, das escolas que desejam aderir ao projeto para receber computadores, uma proposta de uso pedagógico das TICs. Participam do Pro-Info os 305 Núcleos de Tecnologia na Educação (NTEs) e 4.600 escolas, que receberam até agora 53.895 computadores, com 138 mil professores capacitados (além de 10.087 técnicos e 9.036 gestores), atingindo um universo de 6 milhões de alunos. A pergunta que fica é: está fazendo diferença?


Os outros participantes

Também participaram do encontro a professora Laura Maria Coutinho, da Associação Brasileira de Educação a Distância (ABED), pólo Rio, que falou das origens da EAD no mundo e no Brasil, além da nossa situação atual (foram citados por ela os exemplos que abrem este artigo e os dados da situação atual da EAD no Brasil); Nelson Santoniere, Gerente de Teleducação da Fundação Roberto Marinho, que narrou a evoluaçào da EAD via televisão, do primeiro Telecurso (1978) ao Telecurso 2000, que desde 1995 já realizou 1.300 programas e conta com 22 mil telessalas em todo o país, levando a educação fundamental e média para grups até então excluídos; e André Pestana, consultor de Marketing do Colégio 24 horas, que falou dos Simulados em parceria com o jornal O Globo e de sistemas de avaliação On-Line que sua empresa oferece para escolas.

O secretário de Educação a Distância João Carlos Teatini desculpou-se por ter que sair mais cedo do debate. O motivo é emblemático da situação da EAD no Brasil: ele tinha uma reunião no BNDES, para pedir mais verbas para os projetos do MEC.

Espera-se que a propalada "prioridade" da EAD não fique apenas no discurso. Ou os futuros encontros como esse só servirão para abrigar lamentos sobre o tempo que continuamos perdendo.

Regulamentação da EaD no Brasil

A Educação a Distância no Brasil foi normatizada pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Dezembro de 1996), em Fevereiro de 1998.

De acordo com o Art. 2º do Decreto n.º 2494/98, "os cursos a distância que conferem certificado ou diploma de conclusão do ensino fundamental para jovens e adultos, do ensino médio, da educação profissional e de graduação serão oferecidos por instituições públicas ou privadas especificamente credenciadas para esse fim (...)".

Assim, as propostas de cursos nestes níveis deverão ser encaminhadas ao órgão do sistema municipal ou estadual responsável pelo credenciamento de instituições e autorização de cursos – a menos que se trate de instituição vinculada ao sistema federal de ensino, quando, então, o credenciamento deverá ser feito pelo Ministério da Educação.

No caso de cursos de graduação e educação profissional em nível tecnológico, a instituição interessada deve credenciar-se junto ao MEC, solicitando, para isto, a autorização para cada curso que pretenda oferecer.

Os programas de mestrado e doutorado na modalidade a distância, no Brasil, ainda é objeto de regulamentação específica. Os cursos de pós-graduação lato sensu, chamados de "especialização", até recentemente eram considerados livres, ou seja, independentes de autorização para funcionamento por parte do MEC. Porém, com o Parecer n.º 908/98 (aprovado em 02/12/98) e a Resolução nº 3 (de 05/10/99) da Câmara de Educação Superior do Conselho Nacional de Educação que fixam condições de validade dos certificados de cursos presenciais de especialização, tornou-se necessária a regulamentação de tais cursos na modalidade a distância.

A educação a distância no Brasil

Inexistem registros precisos acerca da criação da EAD no Brasil. Tem-se como marco histórico a implantação das "Escolas Internacionais" em 1904, representando organizações norte-americanas. Entretanto, o Jornal do Brasil, que iniciou suas atividades em 1891, registra na primeira edição da seção de classificados, anúncio oferecendo profissionalização por correspondência (datilógrafo), o que faz com que se afirme que já se buscavam alternativas para a melhoria da educação brasileira, e coloca dúvidas sobre o verdadeiro momento inicial da EAD.

Nessa época, a crise na educação nacional já era notada, buscando-se desde então opções para a mudança do status quo. Vale transcrever a citação contida no relatório de 1906, do Dr. Joaquim José Seabra, Ministro da Justiça e Negócios Interiores (que abrangia a Educação), ao Presidente da República. Textualmente, assim manifestava o titular da pasta:

"O ensino chegou (no Brasil) a um estado de anarquia e descrédito que, ou faz-se a sua reforma radical, ou preferível será aboli-lo de vez".

A educação a distância começou, portanto, num momento bastante conturbado da educação brasileira.

Devido a pouca importância que se atribuía à educação a distância e as muitas vezes alegadas dificuldades dos correios, pouco incentivo recebeu o ensino por correspondência por parte das autoridades educacionais e órgãos governamentais.

Em 1923, com a fundação da Rádio Sociedade do Rio de Janeiro, por um grupo liderado por Henrique Morize e Roquete Pinto, iniciou-se a educação pelo rádio. A emissora foi doada ao Ministério da Educação e Saúde em 1936, e no ano seguinte foi criado o Serviço de Radiodifusão Educativa do Ministério da Educação.

Outra experiência surgida em São Paulo foi a do Instituto Rádio Técnico Monitor, fundado em 1939, com opção no ramo da eletrônica.

Não há registros históricos do surgimento das entidades de EAD brasileiras, o que dificulta um relato preciso para os estudiosos dessa área educacional.

Em 1941 surge o Instituto Universal Brasileiro, objetivando a formação profissional de nível elementar e médio.

A Igreja Adventista lançou, em 1943, programas radiofônicos através da Escola Rádio-Postal de "A Voz da Profecia", com a finalidade de oferecer aos ouvintes os cursos bíblicos por correspondência.

O SENAC - Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial - iniciou em 1946 suas atividades e desenvolveu, no Rio de Janeiro e São Paulo, a Universidade do Ar, que em 1950 já atingia 318 localidades e 80 alunos; em 1973, iniciou os cursos por correspondência, seguindo o modelo da Universidade de Wisconsin - USA.

A Diocese de Natal, no Estado do Rio Grande do Norte, criou em 1959 algumas escolas radiofônicas, dando origem ao Movimento de Educação de Base, que foi um marco na EAD não formal no Brasil.

Em 1962 foi fundada, em São Paulo, a Ocidental School, de origem americana, sendo atuante no campo da eletrônica. Possuía, em 1980, alunos no Brasil e em Portugal.

Na área de educação pública, o IBAM - Instituto Brasileiro de Administração Municipal - iniciou suas atividades de EAD em 1967, utilizando a metodologia de ensino por correspondência.

A Fundação Padre Landell de Moura criou, em 1967, seu núcleo de EAD, com metodologia de ensino por correspondência e via rádio.

A história da EAD no Brasil registra também que, nas décadas de 60 a 80, novas entidades foram criadas com fins de desenvolvimento da educação por correspondência, sendo que algumas já estão desativadas. Um levantamento feito com apoio do Ministério da Educação, em fins dos anos 70, apontava a existência de 31 estabelecimentos de ensino utilizando-se da metodologia de EAD, distribuídos em grande parte nos Estados de São Paulo e Rio de Janeiro.

Segundo o documento, as entidades que atuavam no setor tinham por objetivos básicos:


Levar o ensino às mais diferentes partes do país;
Fornecer conhecimentos específicos sobre determinadas matérias (profissionalizantes, de um modo geral);
Transmitir conhecimentos a pessoas que já exerciam uma profissão, mas careciam de embasamento teórico;
Orientar pessoas que pretendiam fazer exames especializados.
Relata também que os recursos financeiros para a manutenção dessas organizações eram provenientes, em sua maior parte, dos pagamentos efetuados pelos alunos a título de compra do material elaborado para o curso. Cerca de 5.000 cartas eram remetidas diariamente pelas organizações que desenvolviam, naquela época, o ensino a distância.

O levantamento a que nos referíamos citava, além das escolas mencionadas acima, as seguintes unidades educacionais:


Associação Mens Sana, com cursos a partir de 1967;
Centro de Ensino Técnico de Brasília, em 1968;
Cursos Guanabara de Ensino Livre, em 1969;
Instituto Cosmos, em 1970;
Centro de Socialização, em 1972;
Instituto de Pesquisas Avançadas em Educação, em 1973;
Universidade de Brasília, em 1973;
Centro de Estudos de Pessoal do Exército Brasileiro, em 1974;
Universal Center, em 1974;
Fundação Centro de Desenvolvimento de Recursos Humanos, vinculado ao Governo do Estado do Rio de Janeiro, em 1975;
Cursos de Auxiliares de Clínica e de Cirurgia, em 1975;
Instituto de Radiodifusão da Bahia, em 1975;
Empresa Brasileira de Telecomunicações - EMBRATEL, em 1976;
Banco Itaú, em 1977;
Associação Brasileira de Tecnologia Educacional - ABT, em 1980;
Centro Educacional de Niterói, em 1980;
Banco do Brasil, em 1981;
Universidade Federal do Maranhão, em 1981;
Colégio Anglo-Americano, em 1981;
Associação Brasileira de Educação Agrícola Superior, em 1982;
Escola de Administração Fazendária, em 1985;
Projeto Rondon, em 1986.
É provável que outras instituições tenham iniciado suas atividades de EAD nesse período, entretanto a falta de registro em qualquer órgão faz com que se cometam falhas na formação histórica da educação a distância brasileira. Lançamos a idéia que o Governo Federal promova um cadastramento geral das entidades que desenvolvem a EAD no Brasil.

No fim da década de 80 e início dos anos 90, nota-se um grande avanço da EAD brasileira, especialmente em decorrência dos projetos de informatização, bem como o da difusão das línguas estrangeiras. Hoje se tem um número incontável de cursos que oferecem, por meio de instruções programadas para microcomputadores, vídeos e fitas K-7, formas de auto-aprendizagem.

Os registros históricos feitos, referentes às primeiras instituições, são extremamente importantes, entretanto tentar listar agora todas as experiências atuais é absolutamente impossível.

EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA - PERSPECTIVA HISTÓRIA

EAD no Brasil

Abaixo, segue-se um apanhado da EAD no Brasil, destacando vários projetos, que contribuíram para a disseminação da Educação a Distância.

Em 1904: escolas internacionais que eram instituições privadas que ofereciam cursos pagos, por correspondência;
Em 1934: Edgard Roquete-Pinto instalou a Rádio-Escola Municipal no Rio; alunos tinham acesso prévio a folhetos e esquemas de aulas. Utilizava também correspondência para contato com alunos;
Em 1939: surge o Instituto Universal Brasileiro, em São Paulo;
Em 1941: 1ª Universidade do Ar; durou 2 anos;
Em 1947: Nova Universidade do Ar, patrocinada pelo SENAC, SESC e Emissoras Associadas;
Em 1961/65: Movimento de Educação de Base (MEB) - Igreja Católica e Governo Federal, utilizava um sistema radioeducativo: educação, conscientização, politização, educação sindicalista, ...
Em 1970: Projeto Minerva - convênio entre Fundação Padre Landell de Moura e Fundação Padre Anchieta para produção de textos e programas;
Em 1972, o Governo Federal enviou à Inglaterra um grupo de educadores tendo à frente o conselheiro Newton Sucupira: o relatório final marcou uma posição reacionária às mudanças no sistema educacional brasileiro, colocando um grande obstáculo à implantação da Universidade Aberta e a Distância no Brasil;
Na década de 70: Fundação Roberto Marinho - programa de educação supletiva a distância, para 1º e 2º graus;
Em 1992, foi criada a Universidade Aberta de Brasília (Lei 403/92), podendo atingir três campos distintos:
Ampliação do conhecimento cultural: organização de cursos específicos de acesso a todos;
Educação continuada: reciclagem profissional às diversas categorias de trabalhadores e àqueles que já passaram pela universidade;
Ensino superior: englobando tanto a graduação como a pós-graduação.
UFSC: Educação a Distância Mediada por Computador (EDMC) - a partir de 1996, implantou um programa de pós-graduação em Engenharia de Produção (mestrado e doutorado) envolvendo uma rede estadual de oito universidades oficiais e privadas, além de diversas empresas de porte tecnológico significativo.
Mestrado Tecnológico em Logística para a Petrobrás: iniciado em 28/07/97, com duração de 2 anos, com 22 alunos (localizados no Rio, Macaé, Salvador, Belém e Natal), ministrado através do Laboratório de Ensino a Distância, do Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção da UFSC. Utiliza videoconferência, Internet, mídias tradicionais.
Faculdade Carioca: programa de graduação que está sendo implantado com base no Lotus Notes, envolvendo cerca de mil alunos em inúmeras disciplinas das áreas de Informática, Administração, Economia, Ciências Contábeis, Comunicação Social, Desenho Industrial, Matemática e Letras
Escola do Futuro da Universidade de São Paulo (USP): programa mantido pela Escola de Comunicações e Arte da USP (ECA-USP) que oferece gratuitamente uma série de cursos via BBS tais como Astronomia, Tratamento de Imagens e Atualização de Professores de 1º e 2º graus.
Universidade Federal Paulista (antiga Escola Paulista de Medicina): seu Centro de Informática na Saúde (CIS-EPM) disponibiliza na Internet, além de outros serviços, programas de educação em Biologia Molecular e Engenharia Genética.
Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-CAMPINAS): que mantém uma opção de EDMC nas disciplinas de seu Mestrado em Informática voltado para a área gerencial de sistemas de informação.

Alguns problemas observados com a EAD no Brasil

Organização de projetos-piloto sem a adequada preparação de seu seguimento;
Falta de critérios de avaliação dos programas projetos;
Inexistência de uma memória sistematizada dos programas desenvolvidos e das avaliações realizadas (quando essas existiram);
Descontinuidade dos programas sem qualquer prestação de contas à sociedade e mesmos aos governos e às entidades financiadoras;
Inexistência de estruturas institucionalizadas para a gerência dos projetos e a prestação de contas de seus objetivos;
Programas pouco vinculados às necessidades reais do país e organizados sem qualquer vinculação exata com programas de governo;
Permanência de uma visão administrativa e política que desconhece os potenciais e as exigências da educação a distância, fazendo com que essa área sempre seja administrada por pessoal sem a necessária qualificação técnica e profissional;
Pouca divulgação dos projetos, inexistência de canais de interferência social nos mesmos;
Organização de projetos-piloto somente com finalidade de testagem de metodologias.

Seminário Grupo 2 - Internet na educação: reflexões iniciais

Componentes: Jean Magno, Eliane Regina, Fernando, Jeferson e Lourdes


Nesta exposição foi explicitada a internet como uma mídia de comunicação não linear cheia de possibilidades e uma dessas possibilidades estaria relacionado ao processo de ensino aprendizagem. Houve um breve histórico do inicio da utilização deste meio, que inicialmente possuía um objetivo militar, depois acadêmico e enfim comercial. Nas imposições dos colegas houve certo destaque as aplicações da internet:

– Correio eletrônico;
– Computação remota;
– Chats;
– Comunicação on-line;
– Portais de informação;
– Integração mundial da comunicação.

Outras formas de aplicação também foram expostas, além de algumas possibilidades como:

– Porta de acesso à era das comunicações;
– Conhecimento mais acessível;
– Educação diferenciada;
– Aprendizagem colaborativa.

Os membros da equipe ressaltaram que há a necessidade de uma organização horizontal da rede para ter sempre a comunicação estabelecida por várias rotas alternativas. Mostrou-se que no Brasil, infelizmente, há um grande número de pessoas que não tem acesso às tecnologias.
O uso dessas novas tecnologias para o desenvolvimento do processo ensino aprendizagem deve ser com prudência e cautela, para não ter uma tendência ao isolamento e destacam a possibilidade de produção colaborativa entre professores e alunos, pois é necessário que se humanize as máquinas, para servirem de suporte, e não de substituição, ao homem.
Nesse sentido, fala-se de uma “educação em crise”, onde a obsolescência das competências pessoais, a automação dos processos produtivos, as competências estratégicas da era da informação e as novas formas de organização do trabalho contribuem para as reflexões sobre os objetivos da escola nesse processo. A crise origina-se justamente do objetivo a ser seguido pela escola, porque há a seguinte questão:

A escola deve formar seus alunos para a cidadania ou apenas para o trabalho?

A NET possui muitas ferramentas e a educação, com seu auxilio, deve ser diferenciada para não se transformar em mais uma extensão das práticas conservadoras da sala de aula. Ela deve aumentar a motivação para o aprendizado devido as suas possibilidades de interação, novas linguagens e facilidade de obtenção de informações. Alertam sobre a dificuldade de transformar informação em conhecimento, sendo mais um desafio a ser enfrentado pelo professor, que passaria a ser um orientador para o conhecimento e não apenas um reprodutor de conhecimentos.

A equipe não deixou de evidenciar algumas limitações para o bom exercício deste processo como:

– O pouco acesso à internet;
– Sistemas de conexão;
– Domínio das tecnologias por todos;
– Crenças errôneas que será a solução de todos os problemas;
– Desvalorização do ensino a distância;
– Receio do novo, etc.

Texto 1 - Grupo 2 - Como utilizar a internet na educação

Resumo
MORAN enfatiza que com o acesso a internet, a distância hoje não é principalmente a geográfica, mas a econômica, a cultural, a ideológica e a tecnológica.
Hoje, com a internet, existe a dinâmica do constante contato entre educadores e educando. A comunicação permeia as relações entre professores e alunos, entre professores e professores, entre alunos e alunos, da mesma ou de outras cidades e países, entre pessoas conhecidas e desconhecidas, próximas e distantes, interagindo esporádica ou sistematicamente.
O autor ressalta que podemos integrar todas as mídias (tv, rádio, jornal, revistas, etc) para favorecer a educação (integração, difusão de conhecimento). O uso da internet nas aulas presenciais tem muitas possibilidades para projetos de extensão do trabalho educacional. Os resultados, segundo Moran, são mais positivos que negativos, desde que sejam bem orientados e desenvolvidos. O ensino presencial e a distância utilizando a internet aumenta a motivação dos alunos, o interesse pela pesquisa, por participar em grupos, há mais sensibilidade para uso das novas tecnologias de comunicação, ganha maior importância o ensino de outras línguas (inglês, espanhol, francês, italiano, etc.) e permitem aos alunos contatos pessoais, profissionais e de amizades por meio da rede. Porém, encontramos algumas dificuldades de continuidade dos projetos e, consequentemente, dos professores, principalmente da rede pública. Também alguns problemas de encontro entre informação e conhecimento, pois há uma extrema facilidade de dispersão dos alunos, perde-se muito tempo na rede causando impaciência em muitos alunos por terem que mudar de um endereço para outro, além de nem sempre ser fácil conciliar os diferentes tempos dos alunos, o que pode tornar a participação do professor desigual entre eles.
Alguns benefícios da INTERNET na sala de aula:
– As descobertas mais importantes são comunicadas aos colegas;
– Os resultados são socializados, discutidos e comparados.
– O professore deve estar junto com os alunos, dando dicas, tirando dúvidas, anotando descobertas.
Em síntese, ensinar utilizando a Internet exige uma forte dose de atenção do professor, pois é mais atraente navegar e descobrir coisas novas do que analisá-las, compará-las, separando o que é essencial do acidental, hierarquizando idéias, assinalando coincidências e divergências, e o professor deve estar atento a isso. O belo visual atrai mais que o visual simples o que pode levar a perder informações importantes.
O professor não impõe, mas sim acompanha, sugere, incentiva, questiona e aprende junto com o aluno.
Mais que a tecnologia, o que facilita o processo de ensino-aprendizagem é a capacidade de comunicação autêntica do professor, de estabelecer relações de confiança com os seus alunos, pelo equilíbrio, competência e simpatia com que atua. A busca começa com temas gerais, indo para os específicos. Deve-se ater a tendência inicial da busca na internet ser de dispersão, para contornar isso os objetivos do assunto devem ser bem definidos, mesclando pesquisa em endereços anteriormente definidos. A navegação precisa ser desenvolvida com bom senso, gosto estético e intuição
A chave do sucesso está em integrar a Internet com as outras tecnologias – vídeo, televisão, jornal, computador. Integrar o mais avançado com as técnologias já conhecidas, dentro de uma visão pedagógica nova, criativa e aberta.
O autor enfatiza que no início há, pelo aluno, o deslumbramento, depois domínio dos meios e por fim a identificação de problemas.
Interação bem sucedida aumenta a aprendizagem, desenvolve formas novas de comunicação e o interesse pelo estudo de línguas. O aluno aumenta as conexões lingüísticas, as geográficas e as interpessoais.
Para dar certo o uso da internet na educação a palavra-chave é integrar. Integrar em um contexto estrutural de mudança.

Texto 2: Educação à Distância na Internet: abordagens e contribuições dos ambientes digitais de aprendizagem.


Resumo:

Segundo Maria Elizabeth Bianconcini de Almeida,
Os avanços e a disseminação do uso das tecnologias de informação
e comunicação (TIC) descortinam novas perspectivas para
a educação a distância com suporte em ambientes digitais de
aprendizagem acessados via internet. Considerando-se que a
distância geográfica e o uso de múltiplas mídias são características
inerentes à educação a distância, mas não suficientes para
definirem a concepção educacional, discute-se a educação a
distância (EaD) não como uma solução paliativa para atender
alunos situados distantes geograficamente das instituições educacionais
nem apenas como a simples transposição de conteúdos
e métodos de ensino presencial para outros meios e com
suporte em distintas tecnologias. Os programas de EaD podem
ter o nível de diálogo priorizado ou não segundo a concepção
epistemológica, tecnologias de suporte e respectiva abordagem
pedagógica. Discutir as abordagens usuais
da educação a distância, destacando o uso das TIC para o desenvolvimento
de um processo educacional interativo que propicia
a produção de conhecimento individual e coletivos, em processos
colaborativos favorecidos pelo uso de ambientes digitais
e interativos de aprendizagem, os quais permitem romper com
as distâncias espaço-temporais e viabilizam a recursividade, múltiplas
interferências, conexões e trajetórias, não se restringindo
à disseminação de informações e tarefas inteiramente definidas.

Assim, pode-se usar uma tecnologia tanto na tentativa de simular à educação presencial com o uso de uma nova mídia como para criar novas possibilidades de aprendizagem por meio da exploração das características inerentes as tecnologias empregadas.
O advento das tecnologias de informação e comunicação (TIC) reavivou as práticas de EaD devido à flexibilidade do tempo, quebra de barreiras espaciais, emissão e recebimento instantâneo de materiais, permitindo realizar tanto as tradicionais formas mecanicistas de transmitir conteúdos, agora digitalizados e hipermediáticos, como explorar o potencial de interatividade das TIC e desenvolver atividades à distância com base na interação e na produção de conhecimento.
Inserir determinada tecnologia na EaD não constitui em si uma revolução metodológica, mas reconfigura o campo do possível.
A EaD é uma modalidade educacional cujo desenvolvimento relaciona-se com a administração do tempo pelo aluno, o desenvolvimento da autonomia para realizar as atividades indicadas no momento em que considere adequado. A par disso, o “estar junto virtual” indica o papel do professor como orientador do aluno que acompanha seu desenvolvimento no curso, provoca-o para faze-lo refletir, compreender os equívocos e depurar suas produções.
Ambientes digitais de aprendizagem são sistemas computacionais disponíveis na internet, destinados ao suporte de atividades mediadas pelas tecnologias de informação e comunicação. Os recursos dos ambientes digitais de aprendizagem são basicamente os mesmos existentes na internet ( correio, fórum, bate-papo, conferência, banco de recursos, etc...).
A fim de melhor compreender as diversas metodologias com as quais se desenvolve a educação à distância, é importante especificar o significado de alguns termos, frequentemente empregados com equivalentes são eles: Educação on-line, educação à distância e e-Learning, que são termos usuais da área mas não são congruentes entre si.
Educação on-line é uma modalidade de educação à distância realizada via internet, cuja comunicação ocorre de forma sincrônicas ou assincrônicas.
O e-Learning é uma modalidade de educação à distância com suporte na internet que se desenvolvem à partir de necessidades de empresas relacionadas com o treinamento de seus funcionários.
Em um mesmo curso à distância, conforme as características da atividade pode existir alternância entre focos, sendo possível lançar mão de diferentes meios e recursos.
EaD não é apenas uma solução paliativa para atender alunos situados distantes geograficamente das instituições educacionais nem trata da simples transposição de conteúdos e métodos de ensino presencial para outros meios telemáticos.
Com o uso de ambientes digitais de aprendizagem, redefine-se o papel do professor que finalmente pode compreender a importância de ser parceiro de seus alunos e escritor se suas idéias e propostas, aquele que navega junto com os alunos, apontando as possibilidades dos novos caminhos sem a preocupação de ter experimentado passar por eles algum dia.
Tendo em vista a necessidade de fluência tecnológica para participar dos cursos de EaD, alfabetização digital, bem como a inclusão digital vem a ser um importante pré-requisito mas não como único, precisam-se trabalhar também o desenvolvimento de outras competências tais como:
– A escrita;
– A capacidade de discutir;
– De se expressar livremente;
– Desenvolver produções individuais e coletivas.



Texto 3: Educação a distância na internet abordagens e contribuições dos ambientes digitais de aprendizagem


Segundo Almeida, os meios de comunicação (tv e rádio), aliados ao correio, ajudaram a dinamizar a Educação a distância, e a levar educação à aqueles que estão longe ou que não podem estudar nos meios presenciais. Entretanto a EaD ficou com a reputação de educação barata e de baixa qualidade. Dessa forma, usar as novas tecnologias, tanto para simular o ensino presencial como para desenvolver novas práticas de ensino aprendizagem é o que se tem proposto até o momento. A EaD tradicional (radio, tv e correio), tem auto índice de desistência, mas a necessidade de educação inicial e continuado do trabalhador para competir no mercado de trabalho ainda provoca muita demanda.
As TICs aliadas a EaD trazem novas possibilidades de interação, mas não deve ser vista apenas como forma de trazer o mesmo ambiente de aprendizagem presencial para o virtual. Elas permitem a administração do tempo pelo aluno, autonomia, dialogo do aluno com pares e grupos para troca de informação e um ambiente colaborativo. O professor deve ser um orientador do aluno que acompanha seu desenvolvimento no curso, provoca-o para fazê-lo refletir, compreender os equívocos e depurar suas produções.
Ambientes digitais de aprendizagem permitem integrar múltiplas mídias, linguagens e recursos, apresentar informações de maneira organizada, desenvolver interações entre pessoas e objetos de conhecimento, elaborar e socializar produções. São sistemas computacionais disponíveis na internet, (correio, fórum, bate-papo, conferência, banco de recursos, etc.) utilizando diferentes mídias (textos, imagens, vídeos, hipertextos).
Educação on-line, educação a distância e e-Learning são termos usuais da área, porém não são congruentes entre si. Educação on-line é uma forma de comunicação via internet realizada, ao mesmo tempo ou não, que pode ser um a um (e-mail); um para muitos (fóruns) e muitos para muitos (construção colaborativa –Astor). O e-learning, inicialmente utilizada mais em ambientes corporativos para treinamento de conteúdo específico cujas práticas estão centradas na seleção, organização e disponibilização de recursos didáticos hipermediáticos, caracterizado por manter um ambiente com informações que levam ao aprendizado individual e auto-aprendizado.
Com suporte em ambientes digitais de aprendizagem, começa a incorporar praticas de interação e colaboração nos quais cada pessoa busca as informações que lhe são mais pertinentes, internaliza-as, apropria-se delas e as transforma em uma nova representação, ao mesmo tempo em que se transforma e volta a agir no grupo transformado e transformando o grupo. Neste processo o professor se torna parceiro do aluno.
Na ecologia da informação o foco não é a tecnologia, mas a atividade em realização, caracterizada pela diversidade, inter-relação entre razão e emoção, evolução contínua da experiência com o uso de múltiplas e diversas tecnologias incorporadas aos recursos digitais, induzindo o surgimento de outra lógica e de novas percepções de temporalidade e localidade. A quebra espaço tempo permite recuperar informações a qualquer momento para rever, analisar e reconstruir.
A incorporação das TICs na EaD evidenciou a possibilidade de transformar a avaliação em um processo que permite compreender o desenvolvimento do aluno e simultaneamente analisar a atividade em realização de modo a identificar avanços e dificuldades a fim de redirecionar ações. Diante da disponibilidade de acesso aos registros das interações e produções, o próprio aluno teve a oportunidade de realizar a auto-regulação da sua aprendizagem. O que se pretende em educação é uma interação que permita ao aprendiz representar as próprias idéias e participar de um processo construtivo.
Integração de diferentes tecnologias em educação à distância pode contribuir para a busca de novos paradigmas educacionais no sentido de deslocar-se da concepção “de educação como sistema fechado, voltado para a transmissão e transferência, para um sistema aberto, implicando processos transformadores que decorrem da experiência de cada um dos sujeitos da ação educativa.
Participar em cursos em ambientes digitais e colaborativos permite entrar num mundo em que a comunicação se dá pela leitura e escrita, mudamos da tradição oral para a escrita (interpretação e produção de textos), tornar-se receptor e emissor de informações, leitor, escritor e comunicador.
O uso das TIC na EaD poderá levar à tomada de consciência sobre a importância da participação de professores e tutores em todas as etapas da formação, a qual implica compreender o processo do ponto de vista educacional, tecnológico e comunicacional, mas seu uso necessita de um conhecimento da tecnologias e o acesso a essas tecnologias e no Brasil ainda não é para todos. Fica assim explicita a intrínseca conexão entre EaD, alfabetização e inclusão digital.

Seminário Grupo 1 - "EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA"

Seminário Grupo 1 - Sérgio Batista, Márcio, Ednalva e Gilmar.

A equipe procurou abordar as discussões e problemáticas acerca dos ambientes virtuais no processo de ensino aprendizagem, processo este de grande cooperação e troca de experiências entre os discentes e professores, independentemente da localização geográfica. Para tanto, a equipe esclareceu que há condições para se alcançar à meta do processo, que são:

• Os objetivos comuns entre os membros;
• Trabalho em equipe;
• Aprendizagem colaborativa;
• Interação permanente.

Princípios da educação em CVA:

• Interação;
• Cooperação;
• colaboração on-line.

A equipe procurou enfatizar que devemos, através de pesquisa, desenvolvermos novas metodologias para utilização das tecnologias e adequar as já existentes para serem utilizadas na sala de aula. Apontaram também a necessidade de novas formas de capacitação e de formação do professor, e enfatizaram que a educação deve caminhar de mão dados com a sociedade. Explorar a interatividade e as possibilidades de colaboração permitidos pelas NT para promoção do ensino e construção do conhecimento dos alunos mediados pelo professor, que deve ser o arbitro entre a informação, a necessidade do aluno e a reflexão sobre a informação para transformá-la em conhecimento.
Destarte, a educação, através do diálogo, da interdisciplinaridade e da contextualização cultural e social passará a desenvolver novos estilos de aprendizagem, como a introdução da TICs de forma consciente e estruturada, caracterizando as novas tecnologias como mais um colaborador para o processo de ensino aprendizagem.
No entanto, a tecnologia não atende 100% da capacidade humana, pois o homem sempre está à procura de algo mais. Querer sempre mais é inerente ao ser humano.
Outro fator interessante é que a educação mediada por tecnologia pode quebrar a hierarquia professor aluno, porque todos ensinam e todos aprendem.
Texto 1 - Quão interativo é o hipertexto? Da interface potencial à escrita coletiva

Primo chama atenção para a interatividade educacional mediada pelo computador, pois os hipertextos são pré-estabelecidos e não leva a uma interação qualitativa, que se apresenta de acordo com a relação mantida entre os envolvidos, que passa a ser apenas um dialogo homem-máquina sem novas perspectivas. Porém, a verdadeira interatividade é aquela que mais se aproxima da interação face-a-face, que após uma resposta novos caminhos podem ser traçados, partindo a uma nova problemática e não somente a caminhos definidos antecipadamente. Assim, os participantes do ciberespaço precisam ser encarados como sujeitos integrantes um processo maior, pois o que se está em questão não é apenas o entretenimento, mas a informação como fator educativo, não podendo ser apenas encarados como usuários receptores, devem ser considerados agentes interlocutores, interagentes.
Sendo assim, o hipertexto se estrutura a partir da complexidade cognitiva do visitante.

• Hipertexto potencial: apenas o leitor se modifica. Caminhos programados;
• Hipertexto colaborativo: atividade de escrita coletiva. Intervenção criativa dos participantes;
• Trabalho cooperado: exige novos aprendizados. Permanente discussão e integração entre os participantes.

Objetivo do texto é despertar nos designer e produtores incorporar recursos para o facilitar o diálogo e o debate cooperativo, valorizando assim a participação inventiva dos integrantes em cooperação.

Texto 2: A comunicação pedagógica e o computador.

Segundo Pato, comunicação é um termo com vários significados. Caracteriza a diferença entre comunicação oral e escrita.

• A oral (dialógica) tem muito mais interatividade que a escrita (monológica) Faz uma reflexão do Livro (fechado) + Oralidade (flexibilidade);

• Teoria matemática: A comunicação é vista mecanicamente, apenas como um canal transmissor de informação;

• Funcionalista: A dinâmica da relação indivíduos X sociedade X meios. Quem, diz o que, em que canal, para quem e com que efeito.

• Hipodérmica: Indivíduos manipuláveis, indiferenciados e passiveis, expostos aos estímulos do meio.

• Dois estágios: dos meios aos lideres, e dos lideres as mais pessoas.

• Fenomênico: os meios não são causa única dos efeitos. Elementos extramedia são incorporados Usos e gratificações: o que a mídia faz com as pessoas e que uso as pessoas fazem do meio. Sujeito agente.

• Agendamento: alteradores das estruturas cognitivas das pessoas. Passa do comunicação monológica para a dialógica. Do seqüencial linear para a convergência.

A comunicação pedagógica passaria, dessa forma, de uma modalidade unidirecional para a interativa, com várias possibilidades de argüições dos participantes. Ou seja, deixaria de ser uma mensagem linear seqüencial para uma mensagem modificável, mutável, de emissor contador de histórias, narrador para agente construtor, de receptor assimilador passivo para agente, manipulador, co-autor, criador. Passa da aprendizagem racional para intuitiva, sai da lógica-matemático dedutiva para multisensorial, do reducinista-disjuntiva para conexial, da centrada para acentrada, do procedimento de tranmissão, exposição, memorização, repetição para navegação, experimentação, simulação, participação e criação. Ela não é mais transmitida e sim construída.


Texto 3: As tecnologias da informação e comunicação na educação: as perspectivas de Freire e Bakhtin.

Segundo os autores, as TICs têm proporcionado a renovação das estruturas de comunicação unidirecionais e massificatórias, possibilitando-as se tornarem um canal multidirecional, proporcionado um maior diálogo entre os dois pólos da comunicação, possibilitando que ambos interfiram na mensagem.
Os autores ressaltam ainda que ao mesmo tempo em que se amplia o universo da educação, novos problemas surgem. Apontam que é preciso reflexão e repensar as estratégias, pois o uso das tecnologias deve atender a necessidade de interação e mediação de saberes entre os sujeitos.
Assim, a integração entre os sujeitos é o princípio fundador da linguagem e da consciência. O dialogismo permite a dinâmica da interação e da interatividade. Repensar a função dos emissores e receptores para dinâmica relacional de co-autores/criadores é fundamental para o processo de comunicação, configurando-se como uma construção coletiva do pensamento.
O dialogismo e a polifonia sendo preferíveis ao monólogo-extensão e a palavra como expressão da consciência são as diretrizes defendidas para o proceso de comunicação. As TICs são encaradas como meios libertadores, pois mais importante que os meios, é a prática docente e dos discentes que criam o significado emancipador desse proceso.


Texto 4: Tecnologias e ensino presencial e a distância - Capítulo 7. Do ensino interativo às comunidades de aprendizagem.

KENSKI, em seu texto trabalha a questão da organização social do trabalho como fator que divide os indivíduos, pois todos devem estar em constante processo de aprendizado.
segundo o autor, o conhecimento sai de um espaço fechado, escola, e transcendem fronteiras, através das tecnologias. As pessoas são consumidoras de informações e de saberes, que precisam estar em constante atualização, pois há o rápido processo de modernização e invenções de novas tecnologias. Esses agentes sociais buscam com quem dialogar, trocar idéias e refletir, sendo que a própria tecnologia dar o suporte necessário para esse indivíduo possa desenvolver suas atividades. Sair do ensino fechado, tradicional, para as novas fontes de saber, Interagir, co-existir, criar, são necessidades observadas pelo autor para que o indivíduo possa ir além da informação e além do aprendizado, pois são desejosos de aprender, transformar, alcançar, superar e vencer.
A conectividade permite a ampliação das relações, das colaborações, de invenção coletiva. Em cada época os sistemas de tecnologias industriais existentes e transformam radicalmente as formas com que as pessoas se organizavam, comunicavam-se e aprendem. As comunidades virtuais de aprendizagem vão além do tempo da disciplina/curso, vão até quando seus participantes tenham interesse em troca, colaboração e aprendizagem.
Há a necessidade de se Transformar radicalmente a organização educacional existente e as formas de como se ensina, devemos Criar uma nova prática comunicativa e educativa. Neste novo espaço de aprendizagem deve ser prioridade a formação do cidadão para atuar democraticamente em todos os espaços, virtuais ou não.

quarta-feira, 30 de maio de 2007

O material didático na Educação a Distância

Fabrícia da Silva Velazquez*



Na Educação a distância, o material didático tem um papel fundamental para a construção do conhecimento, além de ser comum que, por seu intermédio, a maioria dos alunos estabeleça os primeiros contatos com o curso. A diferença qualitativa presente no material didático está diretamente ligada aos recursos ou meios em que este é disponibilizado, ou seja: precisa estar estruturado sobre uma proposta pedagógica que compreenda a atividade educativa não sobre o ato de ensinar, mas sobre o ato de aprender.

Para viabilizar essa meta, há necessidade de substituir o modelo tradicional de EAD, caracterizado pelo predomínio da informação sobre a formação, por um outro paradigma, centrado na ação educativa flexível, aberta e interativa, a partir do qual o aluno percorra o processo de aprendizagem dentro de seu ritmo individual, de forma autônoma.

Assim, dentro de um sistema ideal de metodologia, buscou-se verificar quais recursos estruturados fazem com que o aluno aprenda com maior ou menor dificuldade, estabelecendo, dessa forma, um conjunto de elementos que precisam ser priorizados na elaboração e na utilização do material didático. O primeiro recurso foi, portanto, a confecção de uma tabela que contemplasse esses elementos.

No avanço para a pesquisa de campo, a partir de tais levantamentos teóricos, o grupo obteve um conjunto de perguntas que vieram a compor o segundo recurso: um questionário elaborado a partir de duas perspectivas ou dois tipos de estrutura. Na primeira delas, as perguntas fechadas, foi aplicada uma escala de avaliação com valores de 1 a 4, além da opção "não-avaliado". Quanto às perguntas abertas, preferiu-se reservar espaços livres específicos, nos quais o estudante poderia registrar os pontos positivos, negativos e outros comentários.

Na construção dos instrumentos para coleta de dados do terceiro momento - a entrevista - foi verificada a necessidade de montagem de roteiro no sentido de orientar os entrevistadores no encontro com os alunos. Tal instrução constava de quatro partes, contemplando indicadores tais como identificação do entrevistado, interesses em cursos a distância e, principalmente, considerações dele sobre o material didático apresentado: impresso e on-line.

Vinculado à proposta do presente resumo, o objetivo é mostrar os primeiros resultados a partir dos recursos aplicados diretamente aos alunos: os questionários e as entrevistas. Dessa forma, após a aplicação dos questionários, foi realizado o levantamento de dados, no qual foram contabilizados o subtotal de perguntas fechadas, o subtotal de perguntas abertas respondidas integralmente e parcialmente, bem como a quantidade de questionários sem resposta. Com as amostras, o grupo se reuniu para classificar, em palavras-chave, a avaliação da aplicação dos questionários, arrumando-as conforme a mesma tabela utilizada no momento inicial da pesquisa.

Após concluir esta etapa, foi observado que em grande parte da amostragem os alunos não conseguiram desvincular o material didático do ambiente virtual. Problemas inclusive relacionados à dificuldade de acesso e falta de habilidade na utilização de algumas ferramentas foram apontados. Seguiu-se, posteriormente, a etapa de entrevistas, cujos resultados confirmaram os dados obtidos com o questionário, de forma qualitativa. Apresentações de problemas como interação e ferramenta continuaram a ser freqüentes, mas novamente não eram marcados como afetação e interferência no uso do material didático. A avaliação dos alunos foi, portanto, satisfatória em relação à forma como o esse material na EAD vem sendo elaborado e utilizado por eles e norteado pelos tutores.

O que se espera desse estudo é que, por meio da verificação da estrutura e da utilização dos dados apresentados pelos entrevistados em cursos já existentes, consiga-se chegar a um modelo que atenda, dentro da realidade da educação, às características específicas que auxiliem o aluno a explorar ao máximo as ferramentas de interação via web.

*Fabrícia da Silva Vellasquez (fabriciavellasquez@yahoo.com.br)

Artigos disponíveis: http://www.seednet.mec.gov.br

A Educação a Distância (EaD) como estratégia de sustentação do processo de Inclusão Digital

Leandro Duarte Pinto*

Em face da realidade de exclusão em que vivemos - basta olharmos pela janela para identificarmos o tamanho desta exclusão e suas diversas naturezas - entendo que qualquer projeto, no nível do indivíduo ou da organização, deve contemplar em seu desenho um elemento de inclusão, de qualquer ordem.

Tais projetos serão realmente transformadores se tiverem na base de sua proposta a educação. A educação é, ou deve ser sempre, a dimensão promotora de inclusão.

Neste sentido, é importante ressaltar que a EaD, apesar de sua especificidade, não constitui um campo teórico isolado da Educação. São as concepções e os princípios educacionais mais gerais que embasam as práticas de EaD.

É fundamental compreender que os desafios da EaD, e das próprias Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC), são congruentes com os desafios do sistema educacional em sua totalidade, cuja reflexão implica em analisar que educação se pretende realizar, para quem se dirige, com quem será desenvolvida, com o uso de quais tecnologias e quais serão as abordagens mais adequadas para acelerar o processo de inclusão social da população brasileira.

É também relevante destacar que as TIC se convertem em tecnologias educativas na medida em que são utilizadas como estratégias de ensino-aprendizagem, e não como meros recursos de demonstração.

É preciso que as TIC sejam revestidas de métodos educacionais que garantam ao modelo uma característica inerente à educação: o livre pensar crítico. O acesso as TIC é apenas uma das faces da inclusão.

Os projetos de Inclusão Digital devem se afastar dos modelos "instrucionais", que instrumentalizam para a tarefa, e se aproximar de uma dimensão mais ampla, que é a educação, ou seja, romper com a pedagogia de transferência e de reprodução do conhecimento, integrando-se à pedagogia/andragogia crítica.

As discussões em torno das novas TIC e projetos na modalidade de educação a distância, podem oferecer uma resposta ágil para reduzir os índices de exclusão social, e, enxergo, estão produzindo a consciência de que estamos frente a uma nova oportunidade de dar um salto qualitativo.

*Leandro Duarte Pinto é mestre em administração e professor universitário (leandro1@svn.com.br)

TV Interativa

Eliana Custódio*


Na comodidade do seu lar, nas vitrines das lojas, na favela, na escola e até no táxi! Difícil é encontrar um lugar onde a televisão não esteja. Veículo de comunicação de massa a TV – dependendo do seu conteúdo – pode sim alienar, mas pode também ser utilizada como uma excelente ferramenta de comunicação e conscientização.

Como bem observa o professor Ismar de Oliveira Soares, da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo ECA/USP, educomunicação, “é um campo de implementação de políticas de comunicação educativa... mediadas por processos de comunicação e pelo uso das tecnologias da informação”. Seus objetivos específicos, segundo Ismar de Oliveira Soares, são: “promover o acesso democrático dos cidadãos à produção e difusão da informação; facilitar o processo ensino-aprendizado através do uso criativo dos meios de comunicação; promover a expressão comunicativa dos membros da comunidade educativa.”

Foi pensando em aproximar a TV da escola e debater temas de interesse da comunidade estudantil que nasceu o AL TV na Sala de Aula, um belo projeto abraçado pela diretora de jornalismo da TV Gazeta, Maria Goretti Oliveira e desenvolvido pela equipe do telejornal AL TV Primeira Edição (do qual tenho orgulho de ser editora-chefe), em conjunto com educadores de escolas alagoanas. A TV torna-se mensalmente – por meio do programa – um veículo capaz de interagir com a classe estudantil – pais, diretores de escola e coordenadores pedagógicos.

O projeto envolve 12 escolas das redes pública e particular de ensino de Maceió e aborda os mais diversos assuntos: cidadania, situação do ensino, violência, desigualdades; tópicos estes que são temas de reportagem exibidas no AL TV Primeira Edição durante três semanas e discutidos amplamente em sala de aula.

Depois das discussões, alunos, professores e diretores trabalham coesos para apresentar em dramatizações, música e dança o resultado de um mês de discussões e também participam de debates com especialistas nos respectivos setores. As apresentações ocorrem ao vivo, num programa temático, na última quinta-feira do mês.

A partir dessa experiência, uma das diretoras envolvidas no projeto deu um depoimento que atesta a validade do projeto. Segundo ela, a escola pública em que trabalhava tinha problemas de violência e drogas. Os alunos tinham vergonha de dizer que estudavam naquela escola. Selecionada para integrar o projeto, a escola foi uma das primeiras a se apresentar ao vivo.

O fato mobilizou a comunidade estudantil, que se empenhou para exibir um bom trabalho. A apresentação fez sucesso e mudou a auto-estima dos alunos, que começaram a sentir orgulho e a zelar pela unidade de ensino onde estavam adquirindo conhecimento e aprendendo a ser cidadãos. O AL TV na Sala de Aula tem tido uma boa repercussão na sociedade.; prova disso são as ligações e mensagens que a equipe recebe de instituições, diretores e professores de escola do interior do estado propondo engajamento no projeto.

Acho a iniciativa de grande validade pedagógica pois estamos utilizando a mídia televisiva como canal de incentivo à educação e a debates sobre temas atuais e recorrentes: cidadania, desemprego, meio ambiente, ações na escola, entre outros. O projeto também propicia a união e o engajamento do alunado das diversas escolas, que reflete sobre os assuntos em debate e também participa, seja com perguntas, seja apresentando no palco o resultado de um mês de estudos.

Considero também que outra validade pedagógica da iniciativa é sua contribuição para dinamizar o processo ensino-aprendizagem, estimulando não só os estudantes, mas também o corpo docente. E, melhor, o projeto AL TV na Sala de Aula é um caminho aberto para se refletir sobre a forma de pensar e fazer comunicação e educação.

*Eliana Custódio é jornalista/pós-graduada em Educação a Distância
elianacustodio@gazetaweb.com

O ambiente inovador da EaD como agente de mudanças e transformações das práticas pedagógicas

Valéria Ribeiro de Carvalho Tavares*


"Ensinar com as novas mídias será uma revolução, se mudarmos simultaneamente os paradigmas convencionais do ensino, que mantêm distantes professores e alunos." (Moran, 2001)

O desenvolvimento das tecnologias de informação e comunicação está diretamente atrelado a uma evolução que se iniciou por meio dos correios, passando aos programas de rádio e TV, vídeos, computadores e chegando até as sofisticadas transmissões e conferências via satélite, e a Educação a Distância tende a se apoiar cada vez mais em tecnologias emergentes que facilitam o seu acesso e aceitação. Diante desta evidência, verifica-se uma forte tendência da educação presencial integrada com a Educação a Distância, tendo esta como suporte a anterior ou vice-versa.

Mas adotar estratégias tecnológicas na EAD exige um repensar na relação professor-aluno e dos meios de comunicação e interação que poderão aproximar as pessoas, como também afastá-las. Algumas tendências acenam para que a EAD adote uma abordagem problematizadora, investigativa e reflexiva contrapondo-se à lógica de estímulo-resposta, ocasião em que o programa é que conduz o usuário. Conforme Belloni (2003), essas tendências sinalizam para alunos mais autônomos, maduros e sempre prontos a aprender, contudo, os ambientes devem prover as tecnologias e as facilidades para a implementação da interação, que visa viabilizar o processo de ensino-aprendizagem. É importante salientar, porém, que não é o ambiente em si próprio que determina a interatividade, mas os atores que fazem parte desse cenário, objetivando a construção do conhecimento, de forma colaborativa.

A aprendizagem colaborativa é um processo importante para o compartilhamento de um objetivo comum, e sua metodologia envolve a interação, que deve romper a lógica de ensino tradicional para uma prática mais inovadora, promovendo uma relação afetiva com o conhecimento, de forma reflexiva e mais autônoma.

Viabilizar na EAD o aprender a aprender, integrando o ser humano aos meios tecnológicos e sendo ele o condutor dos processos é fazer um confronto dialético voltado para a ação humanizada na reestruturação do processo de ensino-aprendizagem, integrado às tecnologias de informação e comunicação. O trabalho do professor se dá com os alunos e não sobre eles ou do professor consigo mesmo. Refletindo sobre esta perspectiva, Freire (2003) diz: "o ensinar inexiste sem aprender e vice-versa", e nessa dinâmica os educandos se modificam continuamente em sujeitos autores e construtores dos seus saberes. Por isso, "ensinar não é transferir conhecimentos, mas criar as possibilidades para sua produção ou a sua construção".

É notório que na Educação a Distância a interatividade entre professores e alunos é essencial, visto que sem essa interação o aprendizado pode ser realizado, mas a sua qualidade e valor significativo ficam comprometidos. Essas vantagens são relevantes na educação, proporcionando uma maior produtividade, rapidez e retorno imediato, com um custo-benefício favorável, tanto para os alunos, professores, como também para a instituição de ensino.

Diante disso, o ambiente inovador da EAD torna-se um agente de mudanças e transformações das práticas pedagógicas, onde o aluno é instrumentalizado para investir em sua formação, apropriando-se de conhecimentos, numa relação mais dialógica com os professores e alunos, formando uma rede colaborativa, em que os aspectos da interatividade são reforçados e a autonomia valorizada consideravelmente.

O desenvolvimento desses espaços flexíveis de ensino-aprendizagem é o grande desafio da educação e o presente artigo buscou enfocar tais aspectos, ressaltando a importância e o caráter inovador dessa modalidade de ensino como alternativa para uma educação de qualidade.


*Valéria Ribeiro de Carvalho Tavares - Pós-graduanda em Educação a Distância pela Universidade Católica de Brasília - UCB

val@uber.com.br

Métodos e Práticas para a Formação de Professores em Educação a Distância

Joni de Almeida Amorim*



No intuito de contribuir para a discussão em torno dos Métodos e Práticas de Educação a Distância, apresenta-se brevemente neste texto o curso de pós-graduação "Cidadania e Cultura", oficialmente intitulado "Curso de Especialização Lato Sensu para Professores do Ensino Médio na área de Ciências Humanas e suas Tecnologias". No curso citado, utilizou-se o ambiente TelEduc, um software livre desenvolvido pela Unicamp.

Trata-se de um curso semipresencial oferecido a professores de Escolas Públicas do Estado de São Paulo. O primeiro oferecimento do curso contou com cerca de quatrocentos alunos, os quais tiveram as aulas presenciais no pólo da Unicamp na cidade de São Paulo. Já o segundo oferecimento, o qual deve ter início ainda em 2006, contará com seiscentos alunos distribuídos em cinco pólos distintos: São Paulo, Campinas, Barretos, Bauru e Presidente Prudente. Na Universidade, as ações são coordenadas pelo Grupo Gestor de Projetos Educacionais.

Tendo como pano de fundo a constante preocupação com a qualidade em EaD (NEVES, 2003), o curso objetiva alcançar práticas e competências intelectuais e pedagógicas multidisciplinares e interdisciplinares tendo como eixo central o tema "Cidadania e Cultura".


O curso não previa aulas de informática básica ou mesmo de informática aplicada à educação como um dos módulos. Tal fato se deveu à expectativa de que todos os docentes matriculados fossem fluentes na utilização das tecnologias em geral e da Internet em particular. Tal expectativa, infelizmente, não se confirmou, conforme se explicita a seguir.

Durante o segundo semestre de 2005, notou-se o baixo acesso dos professores cursistas ao ambiente TelEduc. Tal fato fez com que se realizasse uma semana de aulas sobre EaD, com foco na utilização do ambiente TelEduc. Na referida semana, notou-se que boa parte dos professores cursistas não dominava a informática básica. Em resumo, a dificuldade de muitos não se relacionava à EaD, mas a algo ainda mais básico, o que de certo modo os impossibilitava de acessar o ambiente TelEduc com freqüência e de realizar as tarefas com produtividade.

Além da falta de fluência em utilização da tecnologia, a qual muitas vezes se denomina na literatura com o termo "analfabetismo tecnológico", somou-se um outro fator. Tal fator seria a dificuldade de acesso à Internet, o que caracterizaria a divisão ou exclusão digital.

Assim, com base na semana de aulas ocorrida, os docentes da Unicamp optaram por acrescentar mais duas outras oportunidades de "alfabetização tecnológica", oportunidades estas não previamente planejadas para este curso. Neste caso, foram agendados mais dois encontros presenciais para se elucidar não apenas dúvidas sobre os módulos e os Trabalhos de Conclusão de Curso, mas também sobre informática básica e sobre EaD, com foco nas competências fundamentais à utilização do ambiente TelEduc.

NEVES (2003) confirma que adaptações serão, eventualmente, necessárias ao se considerar as particularidades da organização e as necessidades sócio-culturais dos alunos. Desse modo, os docentes da Unicamp buscaram encontrar meios de suprir necessidades mais específicas dos professores cursistas.

Fomentou-se, desta forma, uma atitude pró-ativa relativamente à utilização de Tecnologias de Informação e Comunicação em Educação a Distância para a realização das atividades planejadas dentro dos prazos recomendados. Buscou-se, assim, um equilíbrio entre as demandas socialmente exigidas e as inovações que surgem do trabalho acadêmico.
*Joni de Almeida Amorim - doutorando (amorimja@yahoo.com)

Faculdade de Engenharia Elétrica e de Computação
Universidade Estadual de Campinas (http://www.unicamp.br/)

Ambientes Virtuais e Produção Discursiva

Ana Sílvia Couto de Abreu



No processo de escrita, coloca-se a questão: para quem se escreve, na escola? A resposta implica um repensar práticas e teorias que embasam o trabalho com textos, em qualquer que seja o nível ou a disciplina.

"Tenho um bloqueio para pôr as idéias no papel?"; "não tenho idéia de como começar?". São falas de alunos que revelam um sujeito ainda não inscrito no processo de autoria. E uma reflexão se coloca: quais as propostas oferecidas ao aluno? Quais concepções estão subjacentes às práticas de produção textual?

O que pretendo é discutir de que maneira os ambientes virtuais podem contribuir com o processo de produção de textos em uma perspectiva na qual a autoria seja realmente contemplada.

Escrever para ser lido apenas pelo professor e por ele avaliado é, sem dúvida, uma tarefa que coloca o aluno na posição de alguém que para dizer precisa de autorização, precisa de um outro que "tudo sabe" para lhe dar o aval de ser capaz de se expressar.

Parece-me que aí reside um ponto de impedimento para o aluno, já que suas palavras terão um alcance restrito, com um objetivo também restrito. Evidencia-se, assim, uma concepção de produção de texto como mero atendimento a padrões preestabelecidos, sendo esses, na maioria das vezes, os da adequação à norma padrão e à estrutura textual.

O que minha prática vem demonstrando é que trabalhar produção de textos em uma abordagem em que o professor é o centro de todo o processo não leva o aluno a uma concepção de autoria, mas a uma concepção de escrita como uma atividade da ordem da técnica apenas.

Descentralizar as práticas (Abreu, 2000) parece-me a saída. O que venho pontuando é que a intersubjetividade, enquanto constitutiva do discurso, merece seu lugar de destaque no processo de aprendizagem. E, nesse sentido, é preciso que as palavras do aluno sejam postas em circulação, até para que tenham um retorno, além daquele dado pelo professor.

Os ambientes virtuais ganham assim significação, porque neles a interatividade e o alcance de maior número de leitores é uma forte possibilidade. Criar propostas que impliquem o compartilhar das idéias do aluno em um blog ou através da criação cooperativa de textos via e-mail são algumas das maneiras de colocar o aluno em diálogo, valorizando as diferenças; acreditando com Bakthin (1995) que: "não tomo consciência de mim mesmo senão através dos outros, é deles que eu recebo as palavras, as formas, a tonalidade que formam a primeira imagem de mim mesmo. Só me torno consciente de mim mesmo, revelando-me para o outro, através do outro e com a ajuda do outro".

O uso do aparato tecnológico traz uma nova dimensão para o trabalho com produção de texto na escola (Abreu & Penteado, 2003). Se isso pode se dar no ensino presencial, penso que, quando as propostas se configuram em um curso nos moldes da EAD, essas possibilidades se intensificam, sendo o princípio da intersubjetividade essencial.

Cabe, nesse caso, oferecer plataformas com ferramentas que valorizem a interlocução para considerar as trocas feitas pelos alunos como construção de um saber. Conhecer esses dizeres dos alunos faz parte do processo de avaliação formativa essencial em uma proposta de EAD que se queira séria. Criar projetos em que a busca de dados na Internet seja uma constante, trazendo como retorno o aprendizado do tratamento da informação e a valorização da alteridade.

Esses são alguns caminhos que vejo como merecedores de um olhar mais cuidadoso de nossa parte.

* Ana Sílvia Couto de Abreu, Drª. em Educação e Mestre em Lingüística Aplicada (Unicamp)
anasilvia_abreu@yahoo.com.br

Do presencial ao virtual: a formação docente numa perspectiva de aprendizagem em rede

Diana dos Santos Abreu*



A informática incorpora-se à vida cotidiana no virar do milênio, mesmo que seus modos e seus usos sejam ainda privilégio de poucos. Com a mediação digital e com o uso da Internet remodelando certas atividades cognitivas fundamentais que envolvem linguagem, sensibilidade, conhecimento e imaginação inventiva, o indivíduo vê-se diante de novas exigências a sua inclusão social, porque, se não tiver desenvolvidas habilidades e construídas as competências necessárias ao uso dessa ferramenta, terá limitada sua participação nos processos sociais – um entrave ao exercício da cidadania.

Considerada um dos meios de inclusão social, a educação vive, na atualidade, uma mudança de paradigmas diante de uma sociedade letrada e tecnológica, que demanda um novo perfil de cidadão. A EAD consolidou-se como uma modalidade alternativa de aprendizagem, que usa as novas Tecnologias de Comunicação e Informação como possibilidade de interação no espaço virtual. Assim, surgiram diversos programas de formação continuada para a capacitação de profissionais da educação, a fim de amenizar os impedimentos gerados pela distância geográfica, alargando a oferta de uma educação de boa qualidade à população.

Entretanto, emerge a necessidade de pensar quais serão os critérios de propagação de informações, bem como as mídias atreladas ao decorrer de um curso on-line. Vinculada a essa perspectiva, verificamos que a estrutura que delineará a construção e a utilização do ambiente de aprendizagem, desses cursos, deve ser baseada em três eixos, a saber: Sistema Administrativo; Sistema Acadêmico; Conteúdo do Curso, pois, o que torna a EAD via rede uma proposta inovadora é justamente a possibilidade de oferecer no ambiente virtual uma proposta de educação diferenciada da proposta oferecida na modalidade presencial, para que não ocorra uma materialização da prática educativa realizada nas salas de aula presencial para o ambiente virtual.

Para isso, busca-se nos ambientes virtuais e no material didático dos cursos de EAD uma linguagem que se distancie do "cuspe e giz" e se constitua como uma possibilidade de oferecer experiências de aprendizagem colaborativa que se traduzam como avanço cognitivo para os alunos.

Esse tipo de ambiente de aprendizagem deve estar relacionado a um modelo educacional voltado para o estímulo ao compartilhamento de informações e a construção do conhecimento individual e coletivo, de modo que possa favorecer a interação entre os indivíduos e o grupo, pois o fato de utilizar ferramentas tecnológicas e de interação não é o suficiente para garantir a qualidade, tão-pouco a construção do conhecimento na modalidade de educação realizada a distância. Consideramos essencial a definição prévia de uma metodologia educacional, para que a construção do ambiente virtual de aprendizagem possa atender as exigências pedagógicas.

* Diana dos Santos Abreu, doutora em Pedagogia.

dinhaabreu@yahoo.com.br

Municípios do país poderão receber oferta de ensino superior público e gratuito

Assessoria de Imprensa da SEED, 18/01/2007
Até o dia 30 de março deste ano, municípios, estados e o Distrito Federal poderão encaminhar projetos de pólos municipais de apoio presencial para ensino superior a distância, no Programa Universidade Aberta do Brasil (UAB). Além desses, as instituições públicas de ensino superior (federais, estaduais e municipais) têm o mesmo prazo para encaminhar suas propostas de cursos superiores na modalidade de EAD, os quais serão vinculados aos pólos de apoio presencial.

O Programa UAB já tem a participação de 290 pólos de apoio presencial que iniciam suas atividades, ainda em 2007, em 289 municípios brasileiros distribuídos em todos os estados da federação. Na nova chamada pública, todos os outros municípios que ainda não fazem parte do sistema UAB são convidados a fazer parte do programa e oferecer ensino superior público e gratuito à sua comunidade.

As condições de participação e informações gerais constam no Edital da segunda chamada pública da UAB, assinado pelo Ministro da Educação, Fernando Haddad, em outubro de 2006. Segundo o Secretário de Educação a Distância, Ronaldo Mota, temos a intenção de ampliar o Sistema UAB, que tem como objetivo a democratização, expansão e interiorização da oferta de ensino superior público e gratuito no País, assim como o desenvolvimento de projetos de pesquisa e de metodologias inovadoras de ensino, preferencialmente para a área de formação inicial e continuada de professores da educação básica. “Para esse segundo processo seletivo, duas mudanças ocorreram em relação ao primeiro edital: as inscrições e envio de projetos de proponentes serão feitas por meio eletrônico, em sistema na Internet desenvolvido em parceria entre a SEED e a CAPES, o que vai facilitar o trabalho dos proponentes e das equipes técnicas do MEC. A outra mudança está relacionada à abertura, para envio de projetos de cursos superiores, das universidades estaduais e municipais públicas”.

Pólos – A proposta de Pólo Municipal de Apoio Presencial, por parte dos municípios, individual ou coletivamente organizados, dos estados ou do Distrito Federal, deverá ser estruturada, nos termos do Edital, com descrição da infra-estrutura física e logística de funcionamento, descrição de recursos humanos para o pólo, bem como uma lista dos cursos superiores pretendidos para o município, com respectivos quantitativos de vagas.

Cursos superiores a distância – No mesmo Edital poderão apresentar propostas de projetos de cursos superiores, na modalidade de educação a distância, instituições de ensino superior, com a descrição de cursos superiores a distância, incluindo recursos humanos, projeto pedagógico, indicação do número de vagas, cronograma de execução do curso proposta e das necessidades específicas relativas ao pólo de apoio presencial quanto à infra-estrutura física e logística. Todas as propostas nesta chamada pública deverão ser implementadas prevendo a oferta dos cursos superiores a distância para o ano de 2008.

O Lúdico na Educação a Distância

Leonardo Oliveira Leite*


INTRODUÇÃO

Considerando o grande desafio de educar e, principalmente, o de educar a distância, torna-se imperativo que as instituições de ensino, independentemente de sua natureza, trabalhem em projetos de Educação a Distância (EAD) que visem, num primeiro momento, a mudança de paradigmas e o surgimento de uma nova cultura sobre essa modalidade de ensino.

Para tanto, é necessário rever algumas estratégias de EAD, como a concepção pedagógica dos cursos ou disciplinas, a capacitação dos profissionais envolvidos no processo de construção, principalmente no que se refere às competências exigidas dos mesmos quanto ao desenho, à interface e à interatividade dos programas disponibilizados nas diversas mídias.

Deve-se ressaltar que a aprendizagem aberta, a distância e virtual vislumbra-se como uma estratégia por excelência para enfrentar os desafios da sociedade da informação e do conhecimento. A adoção das tecnologias contemporâneas na educação possibilita uma melhor compreensão das teorias e atividades desenvolvidas no processo de ensino-aprendizagem.

Urge redefinir o ambiente educacional. As tecnologias, principalmente as computacionais, podem ampliar numerosas funções cognitivas humanas: memória (banco de dados), imaginação (simulações), percepção (realidade virtual), raciocínio (inteligência artificial). Por outro lado, as redes telemáticas e os computadores por si só não educam quando abandonamos a interação, a participação, a cooperação entre os agentes cognitivos e a consciência de que o conhecimento é algo a ser construído. “A grande tecnologia é o ser humano, a nossa mente. As tecnologias são extensões da nossa mente, do nosso corpo.” (MORAN, 1996).

Assim, o projeto pedagógico proposto para a construção de ambientes virtuais de aprendizagem deve-se fundamentar nos princípios do construtivismo. Nesse caso, a premissa básica é que o indivíduo é agente ativo de seu próprio conhecimento. O processo de formação tem como eixo fundamental a atividade consciente e intencional do aluno na resolução de problemas do mundo real, valendo-se das diversas competências existentes e/ou adquiridas, permitindo, assim, a formação de uma consciência reflexiva sobre sua aprendizagem. Isto se justifica uma vez que ele constrói significados e define o seu próprio sentido e representação da realidade de acordo com suas experiências e vivências em diferentes contextos.

Contudo, o maior desafio é desenvolver ambientes virtuais de aprendizagem que contemplem essas competências, não apenas por questões técnicas, mas principalmente culturais, uma vez que estamos habituados ao modelo tradicional de transmissão do conhecimento em nossa própria prática como professores e aprendizes.

As possibilidades de interação, proporcionadas pelas Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs), têm despertado o interesse de muitas instituições. Contudo, pode-se perceber que os cursos ofertados estão estruturados, basicamente, em forma de textos e imagens fixas e não fogem ao padrão: chat, fórum, e-mail, bloco de notas.

Por outro lado, pode-se encontrar no mercado uma infinidade de softwares capazes de criar um ambiente de aprendizagem mais reflexivo, atraente, inteligente e – por que não dizer? – lúdico!

Navegando na Internet é possível encontrar diversas animações na forma de charges ou joguinhos, alguns de excelente qualidade; contudo, a utilização desses recursos ainda é pouco expressiva no meio educacional, principalmente na EAD, em cursos para jovens e adultos.

Diante desse cenário, procurou-se trabalhar na construção de um ambiente virtual de aprendizagem que, em conjunto com a modalidade presencial, pudesse oferecer aos discentes uma alternativa de ensino-aprendizagem, buscando elevar seu nível de conhecimento e informação e, ao mesmo tempo, proporcionar-lhes a inclusão digital familiarizando-os com essa modalidade de ensino.

Parte-se do pressuposto de que as novas demandas de informação e de comunicação incidem na relação ensino-aprendizagem e que os meios de comunicação estão, a cada dia mais, revolucionando as formas de obtenção da informação. Além disso, não se deve omitir que esta nova geração é apontada como digital. Todo um ferramental tecnológico está sendo produzido para este segmento de mercado, nas mais diversas faixas etárias.
Os jogos eletrônicos, interativos, em rede, os simuladores e muitos outros contribuem para o desenvolvimento das inteligências múltiplas propostas por Gardner e, paralelamente, exigem uma reformulação do processo de educação baseado na transmissão expositiva de informações.

1. EDUCAÇÃO LÚDICA

Etimologicamente, o termo lúdico é derivado de ludus, que no latim está associado às brincadeiras, aos jogos de regras, à recreação, ao teatro, às competições, sendo assim, o que possui maior abrangência. Com ênfase ao trabalho pedagógico de valorizar o “jogar”, explorando a ludicidade das atividades, surge a expressão “Educação Lúdica”.

A Educação Lúdica visa estudar e valorizar um novo processo de desenvolvimento da capacidade física, intelectual e moral do ser humano por meio do uso de brinquedos, jogos e materiais didáticos coligados que sirvam de suporte para que o sujeito da aprendizagem aprenda de forma mais descontraída, efetiva, eficiente e eficaz.

Desde a antiguidade, o brinquedo se tornou um meio, um instrumento para potencializar a aprendizagem. Aristóteles já relacionava o estudo ao prazer e os professores de sua época já utilizavam os “jogos didáticos” no estudo da matemática, filosofia, dentre outros. Da mesma forma, ao classificar os vários aspectos do homem, Aristóteles dividiu-os em homo sapiens (homem que conhece e aprende), homo faber (o que faz e produz) e homo ludens (o que brinca, o que cria)

Acredita-se na importância e no auxílio do lúdico como estratégia básica do professor que busca trabalhar conteúdo, de forma prazerosa e eficaz com seus discentes.

Piaget, preocupado em explicar os processos internos a partir dos quais o indivíduo adquire conhecimento, afirma que “a função da atividade lúdica ou simbólica é dar um outro valor aos objetos criando uma realidade diferenciada, adequando-os ao seu mundo (o mundo da fantasia). A imitação (baseada na acomodação) e o jogo (baseado na assimilação da realidade ao pensamento privado e egocêntrico) representam os extremos de duas funções, que devem atuar juntas para se atingir o equilíbrio”.

Na atividade lúdica, o objeto representa um símbolo que sugere algo preexistente na mente do aprendiz. Por meio dela é possível reproduzir a realidade, às vezes escondida e tão almejada pelos docentes.

Da mesma forma, Vygotsky, ao investigar o desenvolvimento do conhecimento nas crianças, relatou que “ao brincar com um tijolinho de madeira como se fosse um carrinho, por exemplo, ela se relaciona com o significado em questão (a idéia do carro) e não com o objeto concreto que tem nas mãos. O tijolinho de madeira serve como uma representação de uma realidade ausente e ajuda a criança a separar objeto-significado”. Com o brinquedo, a criança começa a construir seu mundo real, através de situações imaginárias. Porém, ao se deparar com um objeto, ela é capaz de dar significados próprios, independentemente do que ela está vendo. Assim, começa a agir de forma independente, e aquele objeto perde sua força determinadora, dando lugar à posição formada da criança em relação às determinadas situações e à própria realidade. Defende a idéia de que o jogo infantil não é simplesmente uma recordação do que já foi vivido. É todo um processo criativo das impressões vividas, suas combinações e construções. Uma nova realidade será apresentada a cada momento e essa criação é de autoria da criança.

Surge um novo paradigma do jogo que abandona sua relação com a futilidade para se tornar uma educação natural.

O ser humano (em especial, o adulto) aprende mais e melhor quando é exposto a diferentes estímulos no processo de assimilação de conhecimento.

Para Paulo Freire, "a educação é comunicação, é diálogo, na medida em que não é transferência de saber, mas um encontro de sujeitos interlocutores que buscam a significação dos significados”.

Nas palavras de MORIN (apud GITAHY, 2003), as “trocas entre o real e o imaginário, nas sociedades modernas, se efetuam no modo estético, através das artes, dos espetáculos, dos romances, das obras ditas de imaginação”. Portanto, diferentes mídias podem ser integradas, não apenas em seu apelo visual, mas em decisões de ensino que possam potencializar uma efetividade maior ao processo educativo.

APARICI (et alli) afirma que na vida diária os estímulos não se apresentam de maneira isolada, mas de forma conjunta. A percepção de um objeto ou de um trecho é determinada não só por uma série de estímulos externos, mas também por nossas necessidades, motivações, atitudes, valores, assim como pelo contexto sociocultural na qual o sujeito está inserido.

As percepções são provenientes de dois fatores: objetivos e subjetivos. Dentre os objetivos destacam-se o visual, que responde por 40%, o auditivo – 30%, o tátil – 15%, o olfato – 10% e o paladar, que representa 5%. Essas porcentagens indicam a proporção de influência que estes fatores exercem na aprendizagem.

Vale ressaltar que o lúdico, aqui proposto, não se refere apenas a jogos ou brincadeiras, mas à utilização eficiente e eficaz dos recursos computacionais disponíveis de forma que possam retratar, mediante animações interativas ou não, a história da humanidade com maior entendimento e clareza aos discentes.

2. HOMO VIRTUAL

MORIN (1975) apresenta o ser social como produto de seu século reunindo em si três espécies de gêneros o Homo sapiens, Demens e Virtual. Essas espécies são caracterizadas da seguinte forma:

Homo sapiens – ser racional, vive um dilema, uma angústia que está relacionada com a sua imortalidade. “...a morte se torna um problema vivo, isto é, que afeta a sua vida”;

Homo Demens – fruto da cultura de massa tradicional, mantém um relacionamento estreito com o real e o imaginário por meio do espetáculo, da estética. Busca, também, “a imortalidade, vivencia o mito da ideologia do progresso”;

Homo Virtual – encontrado na cultura de massa ciber, espaço este criado por ele, simula o mundo real por meio das mídias digitais, em especial as multimídias interativas ou realidade virtual.

LÉVY (1996) afirma que “o virtual usa novos espaços e novas velocidades, sempre problematizando e reinventando o mundo. Outro caráter que confere à virtualidade é o de sua passagem do interior ao exterior e do exterior ao interior”.

COSTA (apud GITAHY) apresenta o perfil do Homo Virtual. Merecem destaque: “tem sentimento pelo seu computador humanizado; tem novos modos de perceber o mundo ao seu redor e as suas próprias experiências nele; as experiências do novo homem no ciberespaço produziram novas formas de pensar; cria novos usos de linguagem; tem que lidar com novos conflitos internos, novas fontes de ansiedade e novos medos de enlouquecer frente a realidades diferentes: a real e a virtual”.

Na atualidade, o computador se torna parte do desenvolvimento da personalidade, da identidade e do intelecto das novas gerações. TURKLE (apud GITAHY) afirma que “para adultos e para crianças que brincam com jogos de computador, que usam o computador para manipular palavras, informações, imagens visuais e especialmente para aqueles que aprendem a programar, os computadores entram no desenvolvimento da personalidade, da identidade e mesmo da sexualidade”. E complementa: “(...) numa variante da estória de Narciso, as pessoas podem cair de amores pelos mundos artificiais que construíram ou que foram construídos para elas por outras. As pessoas são capazes de se verem no computador” .

Para MORIN (1991), essa tecnologia permite desenvolver pensamentos complexos, pois reforça e desenvolve “a autonomia pensante e a reflexão consciente dos indivíduos”.

Não poderiam passar desapercebidas as palavras de IANNI (1999): “tudo se globaliza e virtualiza, como se as coisas, as gentes e as idéias se transfigurassem pela magia da eletrônica. A onda modernizante não pára nunca, espalhando-se pelos mais remotos e recônditos cantos e recantos dos modos de vida e trabalho, das relações sociais, das objetividades, subjetividades, imaginários e afetividade”.

Vale destacar o relatório da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) sobre a Educação para o século XXI. A nova educação no mundo contemporâneo deve estar assentada em quatro pilares: Aprender a Conhecer; Aprender a Fazer; Aprender a Conviver; Aprender a Ser.

Na perspectiva da visão tecnológica os pilares podem assim ser descritos: “Aprender a Conhecer” está associado às fontes de informação e aos novos meios de acesso a elas; “Aprender a fazer” enfatiza a mobilização e desenvolvimento de competências de forma que o sujeito possa se adaptar a um novo contexto de trabalho, de natureza intelectual exigindo uma sólida base tecnológica; “Aprender a conviver” tem consigo a noção de interação, a construção de comunidades virtuais de aprendizagem colaborativa; “Aprender ser” no mundo virtual ainda é um pouco complicado, questões como ética, direitos autorais ou propriedade intelectual devem ser trabalhados tanto com os discentes quanto com os docentes. Os famosos “CTRL + A” mais “CTRL + C” e “CTRL + V” e os diversos sites que disponibilizam trabalhos e conteúdos gratuitamente ou não, ainda serão um grande desafio a vencer.

3. AMBIENTE VIRTUAL DE APRENDIZAGEM

Dentro dos pressupostos do “aprender fazendo” e a “construção do conhecimento” as mídias a serem utilizadas em cursos de EAD devem oferecer aos aprendizes condições de interagir em todos os sentidos, seja consigo mesmo (reflexão crítica a partir de suas experiências e do próprio conhecimento sobre o assunto) ou com terceiros.

Da mesma forma, a organização dos conteúdos a serem disponibilizados na Web deve apresentar um desenho que estimule a curiosidade do discente, que prenda sua atenção, desenvolva as habilidades de observação, associação de idéias e análise de acordo com sua realidade para interpretá-la e, conseqüentemente, reconstruir o conhecimento.

Em teoria, quanto mais dialógica for a interface do sistema melhores serão os níveis de interação em cursos de EAD. O ponto mais crítico é desenvolver cursos que estabeleçam um envolvimento mental do discente com os conteúdos.

Vale ressaltar que o material disponibilizado deve possibilitar que o discente concretize sua autonomia, por meio de ações investigativas e críticas, frente aos conteúdos que lhe são apresentados. ABREU (apud BARROS) afirma que um “software deve viabilizar trocas funcionais entre o aluno e o programa, (...): não fornecer o conteúdo diretamente ao aluno, enfatizar a descoberta, a atividade, a exploração, compreender o erro como etapa do processo de pensar (...), considerar o papel do professor como facilitador da aprendizagem, entre outras”.

LITTO (2003) afirma que “existe a pobreza dos ambientes virtuais de aprendizado: quem procura um curso não presencial quer interatividade, quer se sentir desafiado. É preciso que os organizadores dos cursos pensem em criar objetos de aprendizado estimulantes, como animações, simulações, formas que façam o aluno a entender a concretização daquele conhecimento”

BIROCCHI (2003) complementa: “o importante é estimular o aluno de forma permanente. Nas aulas, é essencial oferecer formas de interatividade dinâmica, animações bem feitas, simulações instigantes”.

TURROFF (1995) comenta que “embora muitas pessoas percebam que o uso das tecnologias seja implicitamente inovador, o uso da tecnologia na aprendizagem a distância tem freqüentemente repetido os mais ineficazes métodos de instrução ao vivo, face a face”.

LITTO (Ibid) acrescenta: “se o educador tenta transpor suas técnicas de sala de aula para o ambiente virtual, pode facilmente entediar seus alunos e assistir a uma grande evasão em seus cursos”. Nesse sentido, os profissionais envolvidos na construção de cursos a distância devem ser mais que arquitetos do conhecimento.

Há, portanto, a necessidade de uma equipe interdisciplinar para a construção de conteúdos virtuais. Essa, atuante nas diversas áreas do conhecimento, deve ter um perfil generalista-especialista, e habilidades em Teorias da Aprendizagem, Tecnologia Educacional e conhecimento específico do conteúdo a ser trabalhado.

POPPOVIC (1996) relata que os resultados das pesquisas sobre a atitude dos professores em relação a novas tecnologias educacionais apresentam-se numa curva normal. “À direita, há cerca de 7% a 10% de professores altamente motivados para a incorporação da tecnologia. Destes, boa parte possui um computador em casa; todos são favoráveis ao ‘novo’. À esquerda da curva, verifica-se que cerca de 15% são ‘fóbicos’ no que se refere à tecnologia. Eles ‘odeiam’ computadores e racionalizam seu medo de inovações usando toda sorte de argumentos. Entre esses pólos, a grande maioria dos professores está num continuum. Representam aproximadamente 75% do professorado”.

NEGROPONTE (1999) aponta um bom contra-argumento às críticas ao uso das TICs “tenha em mente que a tecnofobia não é injustificável: os micros estão cada vez mais complexos e o uso deles tem se tornado uma situação cada vez mais humilhante (...). O tecnofóbico precisa sentir, antes de tudo, que a nova habilidade é uma questão de vida, não de computadores” .

Diante desse cenário, a formação e as práticas dos profissionais em educação vêm forçando-os a tomarem novas posturas. PETTERS (2003) ressalta que trata de um grupo relativamente homogêneo de interessados, contudo, “(...) indivíduos muitas vezes bem diferentes, de exigências intelectuais distintas e com respectivos objetivos especiais, como seria de se esperar de estudantes em idade adulta, média ou mais avançada. O desenvolvimento dessas versões de hipertextos e hipermídias do ensino é uma tarefa difícil para os docentes(...)” e argumenta que essas competências são exclusivas de especialistas da área tecnológica. Portanto, há a necessidade que o docente adquirira uma cultura tecnológica, para desdramatizar o temor da perda do controle do professor educativo para os informáticos.

Deve-se considerar que o objetivo do Programa Escola Moderna é o de contribuir para a melhoria da qualidade do ensino, em todos os seus níveis e modalidades, por meio da oferta de práticas pedagógicas modernas, materiais didáticos atualizados, inovação tecnológica e infra-estrutura física e instrumental necessários à aprendizagem.

4. O CASTOR VIRTUAL

Ser, no mundo virtual, um construtor ou engenheiro ou arquiteto exige do profissional habilidades que, para o mundo real, são um tanto enigmáticas, dentre elas destacam-se a capacidade de construir roteiros, storyboard, mapas de navegação, a interface e interatividade que constituem elementos fundamentais para que o desenvolvimento de uma aplicação lúdica em EAD ocorra da melhor forma possível.

Na construção do roteiro o profissional deverá desenvolver todos os conteúdos específicos de cada bloco temático. Junto a eles, deve-se especificar as diversas mídias e linguagens que irá utilizar no desenvolvimento do mesmo. Deve-se pensar nas imagens, sons, animações, textos. Para que haja uma integração adequada entre as diferentes linguagens, é necessário distribuir os conteúdos de acordo com as mídias que irão incorporá-los. É de suma importância que se tenha um conhecimento geral de todas as possibilidades de transmissão do conhecimento, seja na forma textual, imagens, sons, filmes, animações etc.

O Storyboard, considerado como guia técnico, é muito utilizado na produção de filmes e animações. Trata-se na realidade de um roteiro em quadrinhos, onde o arquiteto deverá descrever a visualização dos conteúdos e sua disposição nas respectivas telas. Requer do profissional habilidades em planos ou enquadramento, perspectivas. Ele deverá trabalhar o lay-out de cada tela.

O Mapa de Navegação é o esboço das conexões ou vínculos entre as diversas telas da aplicação. Esse desenho informa como se acessa de um determinado lugar para o outro. Existem quatro estruturas de navegação: a linear; hierárquica, a não linear e a composta. Deve-se ressaltar que é de suma importância que o usuário tenha a sensação de poder navegar livremente sem se perder.

É por meio da interface que as pessoas estabelecem uma comunicação com os programas sendo considerada uma das partes mais importantes da aplicação. Para que seja amigável é importante que não oponha nenhuma resistência ou dificuldade durante a navegação. Alguns requisitos mínimos são exigidos como: deve ter uma concepção uniforme entre todas as telas; os botões devem executar ações comuns; em qualquer momento da navegação deve-se ter a possibilidade de ir a qualquer lugar ou sair da aplicação.

Dentro do contexto de comunicação mediada por computador, do contexto da EAD, da engenharia de software e de todas as áreas que lidam com a interação homem-máquina e homem-homem via computador, encontra-se o conceito de interatividade. Um termo tão importante que, segundo alguns autores, o uso indiscriminado vem causando a banalização do mesmo. Trata-se de uma ação dialógica entre o homem e a técnica. Contudo deve-se considerar que existem níveis de interação que influenciam na qualidade da aplicação.

Segundo ACEDO (2000), a interatividade não é uma imitação de gestos ou ações, é a participação ativa que leva a decisões por parte do usuário. Para tanto, deve-se evitar períodos longos em que o usuário não interage com a mídia. Ela as divide em cinco níveis:

1º Nível de Interatividade: o meio apresenta informações na forma visual, sonora e textual e o usuário tem de escolher entre as diversas opções sem ter alternativa. O programa multimídia informa ao usuário e este só pode seguir o itinerário ou os itinerários prefixados pelo programador.

2º Nível de Interatividade: o programa multimídia pergunta e avalia o usuário quantitativamente. O meio impõe o ritmo da apresentação das informações e a opções de escolha do usuário são muito limitadas.

3º Nível de Interatividade: o meio detecta carências, analisa a repetição de erros e os temas não estudados pelo usuário. O usuário tem a possibilidade de escolher seu próprio itinerário. Assim, o programa multimídia apresenta as opções e adapta-se a oferta de demanda do usuário.

4º Nível de Interatividade: este nível de interatividade permite ao usuário tomar a iniciativa e consultar o meio através do teclado ou outro dispositivo de entrada. A multimídia realiza uma resposta adaptada conforme as dúvidas do usuário. São programas multimídias abertos tipo Programas de Ajuda, Enciclopédias, entre outros.

5º Nível de Interatividade: corresponde a um grau superior de interatividade. Sem dúvida, este quinto nível é um nível fictício. A título de exemplos pode-se citar os Programas de Autoria, os Programas de Apresentação e Linguagem de Programas, que não são, na realidade, programas multimídias, senão ferramentas para a realização multimídia.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este trabalho está sendo aplicado na Faculdade SENAC Minas, curso Administração de Empresas, disciplina Teoria Geral da Administração.

Para o desenvolvimento do ambiente virtual de aprendizagem optou-se por trabalhar com a linguagem de programação PHP, Banco de Dados MySQL e o Flash MX para a criação das animações.

Deve-se ressaltar que a cada semestre são introduzidas adequações conforme necessidades e sugestões apontadas pela comunidade.

Como estratégia, disponibilizaram-se os conteúdos de acordo com a evolução do planejamento. Assim, o aluno teria acesso a todo o conteúdo estudado, tornando a ferramenta uma espécie de “monitor”.

No decorrer das atividades, em sala de aula, alguns alunos demonstram que a ferramenta é um eficiente recurso para a aprendizagem, principalmente no que tange à utilização das animações. Através delas, o aluno desenvolve o pensamento reflexivo uma vez que ele constrói significados e define o seu próprio sentido e representação da realidade de acordo com suas experiências e vivências em diferentes contextos. Esses significados podem sofrer alterações ao longo da aprendizagem uma vez que a aplicação, de forma consciente e intencional, efetua questionamentos ao aluno fazendo-o repensar dentro de uma realidade teórica. Neste momento, o aluno tem a oportunidade de reconstruir seus significados. Trata-se de um processo de aprendizagem gradual em que, partindo de um fato da vida diária, o aluno tem a oportunidade de contextualizá-lo teoricamente. Percebeu-se que utilizar animações, ilustrando situações que exigiam maior grau de abstração, contribuiu para a fixação e assimilação dos conteúdos trabalhados. São freqüentes comentários do tipo: “é muito tranqüilo aprender depois de ver a animação”; “a gente fixa melhor o conteúdo trabalhado em sala de aula quando assiste à aula virtual”; “só com a aula presencial e a virtual assimilei o conteúdo trabalhado”. Fica evidente que a ludicidade contribui, em muito, para melhoria da qualidade do ensino e da aprendizagem.

No entanto, percebeu-se que a ferramenta fez com que o acesso ao acervo da Biblioteca da Faculdade reduzisse na disciplina Teoria Geral da Administração. A estratégia teve que ser revista em função desta ocorrência.

*Leonardo de Oliveira Leite, professor especialista da Faculdade SENAC-MG
Master em Novas Tecnologias da Informação e Comunicação – UNED-ES
Especialista em Educação a Distância – PUC Minas Virtual
Analista de Sistemas de Informação
Bacharel em Administração de Empresas


leonardo.oliveira.leite@gmail.com