Texto 1: Educação e Cybercultura
Pierre Lévy em seu artigo nos propõe uma reflexão sobre a nova relação com o saber que precisamos estabelecer. Uma análise prévia da metamorfose contemporânea desta relação deve embasar qualquer estudo dos sistemas de educação e formação. Assim o autor estabelece algumas constatações dentro deste contexto, levando em conta a velocidade do surgimento e da renovação dos saberes e do know-how e ainda a nova natureza do trabalho. O autor nos propõe algumas reformas nos sistemas de educação e de formação, passando pela adaptação dos dispositivos e do espírito de aprendizado aberto e a distância, entendendo a escola e a universidade como não mais detentoras exclusivas da criação e transmissão do conhecimento.
No desenvolvimento destas idéias, Lévy estabelece algumas explicações sobre a world wide web, que desempenha o papel de organizadora e estruturante do ciberespaço. A evolução histórica da relação com o saber também é lembrada desde o advento da enciclopédia que representava a esperança de um grupo de homens dominarem a totalidade dos saberes até o conhecimento atual não totalizável e indominável. A simulação como ocupante de um lugar central entre os novos gêneros de conhecimento carregados pela cybercultura também fora abordado pelo autor. Refletiu-se ainda sobre o aprendizado aberto e a distância que impulsionado pelos sistemas de educação atuais, com suas obrigações de quantidade, diversidade e velocidade de evolução, deixou de ser o “estepe” do ensino.
O autor estabeleceu ainda algumas reflexões sobre a necessidade de formação continuada e a necessidade de estruturas que, paralelas aos diplomas, nos permitam pensar em modos de reconhecimento dos saberes que possam prestar-se para uma visualização em rede da oferta de competência e a uma pilotagem dinâmica retroativa da oferta pela demanda
Algumas reflexões do Autor:
• A maioria das competências adquiridas por um indivíduo, no início de sua carreira profissional, tornar-se-ão obsoletas ao término de sua carreira.
• A transição dos conhecimentos é um processo contínuo, estando fortemente interligado a questão anterior, como uma nova natureza do trabalho.
• O ciberespaço suporta tecnologias intelectuais que ampliam, exteriorizam e alteram muitas funções cognitivas humanas como a memória (bancos de dados, hipertextos, fichários digitais [numéricos] de todas as ordens), imaginação (simulações), a percepção (sensores digitais, telepresença, realidades virtuais) e os raciocínios (inteligência artificial, modelização de fenômenos complexos).
Texto 2: Cobertura On-Line
III Congresso Ibero-americano Educarede
Quarta-feira, 31 de maio de 2006
Este material discutido no referido congresso nos demonstra experiências isoladas de iniciativas assentadas na mediação virtual como alternativa de comunicação pedagógica.
O primeiro relato nos conta sobre a cobertura de um evento feito por alunos de escolas paulistas, evidenciando a importância de se incluir alunos nas ferramentas poderosas que a tecnologia oferece indo além do uso da internet para fazer pesquisas.
O segundo relato é de uma professora de matemática que propôs uma busca de informações sobre jogos antigos envolvendo três disciplinas, sendo também uma excelente maneira de se estabelecer a interdisciplinaridade, que considero ser de suma importância para o processo de ensino aprendizagem, pois como sabemos o conhecimento não pode ser construído de forma isolada.
O terceiro relato procurou enfatizar o papel de orientador que o professor precisa assumir na inclusão digital, lembrando que a facilidade do aluno no trato com as novas tecnologias não significa que ele saiba sozinho tirar o melhor proveito desses recursos. Daí a necessidade de capacitação e de formação continuada para o docente, porque todos sabemos que as tecnologias estão em constante aperfeiçoamento e inovação.
Já dizia o grande compositor brasileiro da década de 1980 CAZUZA: “eu vejo um museu de grandes novidades”, demonstrando justamente essa volatilidade das invenções contemporâneas. Por fim, o ambiente virtual nos possibilita encontrar idéias para o desenvolvimento do processo de ensino aprendizagem na sala de aula.
Maneiras diferentes de ensinar e aprender fazem com que os professores disponibilizem aulas e trabalhos relacionados com temas de interesse dos alunos. Infelizmente, a inclusão digital dos professores brasileiros ainda está longe de alcançar o ideal. Faltam recursos, acesso e tempo para capacitação. Porém, já é grande o número de professores que dominam e usam essas ferramentas. A criatividade e a vontade de inovar é um grande caminho.
O incentivo à pesquisa de informações nos sites de busca não é uma tarefa fácil, precisa-se saber bem o que se quer achar e delimitar as buscas e pedir que os alunos façam análise sobre eles e não somente copiar e colar. Daí a importância fundamental da orientação e assistência dos docentes para os discentes.
Muitos jovens sabem manusear as tecnologias, mas não tem maturidade para, sozinhos, utilizarem as máquinas como ferramenta de aprendizagem. É preciso um aprendizado mútuo, ou seja, o trabalho colaborativo é o melhor caminho para o sucesso do processo de ensino aprendizagem.
Essas novas tecnologias quando utilizadas na sala de aula passam a estimular a capacidade de raciocínio lógico, a criatividade e a noção de tempo e espaço. A tarefa do educador é justamente tirar proveito dessas tecnologias, para acompanhar de perto o que seus alunos produzem e o que pensam sobre o mundo.
Texto 3 - Livro: Professores e Computadores – Introdução, capítulos 1, 2
Carlos Afonso, na obra em questão, tem o objetivo claro de refletir sobre a problemática da introdução do computador nas escolas. Para tanto, procura delinear os reduzidos impactos das mudanças educativas que acontecem, talvez, pela pluralidade do conceito mudança. O autor põe em a questão da inovação, levando em consideração, os elementos que podem condicionar sua implantação.
O autor estabelece que a idéia de inovação passou a ser o ponto das investigações em educação, que a escola deixou de ser um lugar para acesso a técnicas e vivências para se tornar o último bastão conservador de tradições e reprodutor de condicionalismos sociais, somando-se ainda a lógica do constante atraso as mudanças que a escola compadece. Após essas considerações, Carlos Afonso ressalta que a escola não pode se confinar aos seus limites, pois apesar de tudo é aberta a influenciar e a ser influenciada pelo meio. Deve também deixar de visar à utilização de novos eventos e sim gerar estudo e mudanças de comportamentos e atitudes. Dessa forma, no decorrer da obra o autor procurar enfatizar alguns problemas. A saber:
• Tratar o computador na escola como pedra fundamental da mudança de paradigmas e atitudes da nova era;
• Falta de estudos e trabalhos sobre a extensão da mudança realmente efetuada ou o grau real de aplicação e de integração de uma inovação numa dada organização escolar;
• Creditar ao professor o erro e a falta de mudanças que o computador por si só não realiza.
No primeiro capítulo Carlos Afonso trata da inovação em educação e dos subsídios para essa atual problemática. Para tanto disserta sobre o fato da pesquisa está no subsistema de ensino de Portugal e dentro de um plano maior de absorção e aplicação de novas tecnologias. Elucida alguns entraves ao projeto como:
• Concepção contraditória de inovação;
• Modelo de funcionamento da inovação que não leva em conta as limitações da realidade;
• Estratégia de implementação da inovação onde um centro outorga resoluções a uma periferia que não é convidada a opinar.
Ainda neste capítulo nos fornece algumas definições sobre mudança. Primeiro define a aplicação do conceito como abordagem parcial do fenômeno educativo, encarando a inovação como tentativa de melhorar alguns aspectos delimitados. Nos mostra também a possibilidade também de mudança significar uma abordagem global que busca transformar tudo e de forma substancial a realidade educacional.
Portanto, para se obter um bom êxito da inovação é preciso condições favoráveis em três níveis:
• Quadro institucional (exterior a escola);
• Organizacional (próprio da escola);
• Individual (atores sociais dos níveis anteriores).
Isso nos demonstra que é preciso focalizar esses três níveis, sem perder de vista a relação entre eles, como uma forma de conscientização dos fatores determinantes do êxito ou fracasso de uma inovação.
No segundo capítulo, “o computador na escola – Problemática de uma inovação particular”. O autor explicita a noção de computadores como tentativa de inovação nos sistemas educativos, abrindo caminho para enumerar os pressupostos que motivam a introdução do computador nas escolas que seriam:
• As necessidades da economia que exige novas competências dos estudantes;
• Interesses da industria nacional de informação;
• Fatores culturais, comerciais, tecnológicos e políticos.
A idéia é a de estabelecer um ambiente social onde todos devem conhecer e se familiarizar com o computador sobre pena de não conseguir viver num mundo onde eles estarão presentes em todas as tarefas. Quanto à ordem vocacional, há a essencialidade do computador para preparar alunos para postos bem remunerados, o chamado paradigma funcionalista. Fala-se também da ordem pedagógica, onde o conhecimento precisa estar associado a novas modalidades de utilização do computador no processo ensino-aprendizagem. O computador, em síntese, passa a ser encarado como elemento de mudança profunda na escola. A escola já não é mais o único lugar onde se pode buscar as informações e a técnica de executar as atividades do processo de ensino aprendizagem. As novas tecnologias de informação, particularmente o computador, constituem um desses “novos inventos”, que fundamentam as tentativas de renovação-inovação da escola.
Texto 4: A SOCIEDADE CONECTADA: CAMINHOS PARA A FORMAÇÃO DE PROFESSORES
Conect@ - número 3 - novembro/2000.
Resumo
Vivemos hoje sob a influência de um processo de globalização no qual as novas tecnologias se destacam, causando profundas alterações na sociedade em que vivemos.
A educação da atualidade, da sociedade conectada, deve privilegiar a renovação de conteúdos e de métodos pedagógicos para melhorar a eqüidade, desburocratizar e homogeneizar as oportunidades educacionais.
Dessa forma, Ligia Silva Leite e Christina Marília Teixeira da Silva tomam por base a realidade da sociedade tecnológica atual que gera a necessidade de mudanças nas diversas esferas educacionais, principalmente no trabalho do professor que precisa saber lidar com essas novas tecnologias. Esta realidade social sinaliza para a exigência de se repensar práticas docentes, que tradicionalmente privilegiam a comunicação oral em detrimento da construção coletiva do conhecimento. São apresentadas recomendações para o uso pedagógico das redes de computadores na formação de professores, ressaltando a necessidade de um novo paradigma educacional.
A formação dos professores é uma questão bem mais complexa e, ao se definir o modelo desejado, deve-se levar em conta questões relacionadas aos possíveis papéis do professor no processo de ensino-aprendizagem:
• Usuário de aplicativos;
• Elaborador de softwares educacionais;
• Avaliador de programas.
Todos sabemos que o professor precisa desenvolver diversos outros papéis como:
• Elaboração de material didático para os usuários;
• Escolher os tipos de mídias baseado nos objetivos de aprendizagem;
• Fornecer ao usuário grande tipo de interatividade;
• Planejar para que o material se adapte aos diferentes níveis de habilidade;
• Atender a uma variedade de estilos de aprendizagem;
• Preferir o modo não linear e respeitar o aluno.
Esses são fatores essenciais para a implantação destes programas que auxiliarão no processo de ensino aprendizagem sob firme orientação do professor/pesquisador.
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